A ministra da Justiça anunciou que amanhã deverá ser ativado um plano B que permitirá aos diferentes tribunais aceder a processos que têm estado parados devido aos problemas originados pela migração repositório do Citius.
A ministra, que estava em audição na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República, acrescentou ainda que o “Plano B” prevê a entrega de «folhas integrais dos processos que vão permitir a distribuição interna pelos órgãos de gestão da comarca». De acordo com o Público, o plano B invocado pela ministra recorre a folhas Excel.
António Filipe, deputado comunista, apelidou a ministra de «mãe do caos judiciário»; e entre os deputados do PS pediu-se a demissão de Paula Teixeira da Cruz.
A ministra negou a existência de um cenário de caos nos tribunais e, segundo o Expresso, deixou ainda uma promessa que poderá vir a trazer novidades em breve: «Não vou demitir ninguém agora. Mas vou fazer uma averiguação. Isso com certeza que vou».
A ministra da Justiça reiterou a intenção de apurar o que realmente ocorreu em entre 26 de agosto e 1 de setembro (período previsto para a migração de mais de 3,5 milhões de processos da plataforma antiga para a plataforma nova) e identificar os motivos que levaram a que os testes de migração tenham corrido bem, mas a migração propriamente dita ter corrido com falhas que têm vindo a impedir o acesso aos diferentes processos.
No Expresso do fim de semana passado, Carlos Brito, responsável pela informática do Instituto de Gestão Financeira e de Equipamentos da Justiça (IGFEJ), acusava a equipa de criadores do Citius de ter abandonado a plataforma sem fornecer os códigos de programação nem a documentação necessária para a manter.
No dia seguinte, o Sindicato dos Funcionários Judiciais surgiu a terreiro desmentir os responsáveis do IGFEJ e reiterar que a equipa que criou o Citius deixou toda a documentação necessária.