
O ataque foi desencadeado pelo grupo de hacktivistas Anonymous Portugal na passada sexta-feira, dia do 40º aniversário do 25 de Abril – mas ainda não parou de produzir efeito na Internet. Ao contrário do que a Procuradoria Geral do Distrito de Lisboa (PGDL) afirmou inicialmente, os hackers não se terão limitado a publicar contactos profissionais dos mais de dois mil magistrados do Ministério Público.
Segundo o Público, os hackers conseguiram mesmo obter os dados relativos aos contactos pessoais dos procuradores e profissionais do Ministério Público. Além dos contactos pessoais, a informação divulgada na Internet revela ainda endereços de correio eletrónico pessoais, datas de nascimento, dados sobre a situação profissional dos vários magistrados.
No volume de informação é ainda possível descobrir dezenas de passwords de acesso ao Sistema de Informação do Ministério Público (SIMP).
A fuga de informação terá afetado mais de dois mil magistrados – muitos deles estarão agora a preparar-se para mudar de números de telefone e endereços de e-mail pessoais, a fim de evitar o assédio, a invasão de privacidade ou ataques que possam ser levados a cabo através destes dados.
O jornal Público faz ainda duas revelações sobre este caso: os contactos pessoais que foram publicados são mesmo relativos a magistrados do Ministério Público; e a PJ ainda não terá começado a investigar a alegada intrusão nos sistemas judiciários, apesar da Procuradoria Geral da República já ter anunciado a abertura de um inquérito-crime.
Ontem, os sites do PGDL e do SIMP (que contém informação indireta sobre os processos e que é usado para veicular informação sobre vários departamentos) continuavam indisponíveis. A PGR explicou que decidiu encerrar os dois sites a fim de proceder a um rastreio dos danos e da informação obtida pelos hackers e reforçar as defesas do sistema que suporta as atividades do Ministério Público.
Francisca Van Dunem, procuradora-geral do Distrito de Lisboa, já admitiu publicamente que alguns sistemas usados pelo Ministério Público são «débeis», mas recordou que os hackers não conseguiram atacar o sistema que assegura a gestão e arquivo dos diferentes processos judiciais.