Alan Rusbridger, editor no The Guardian, relata como dois peritos em segurança da agência Government Communications Headquarters (GCHQ) destruíram os discos rígidos presentes na cave do jornal, para se “assegurarem que nada nos pedaços de metal retorcido poderiam ser de algum interesse para agentes chineses”.
Nas palavras do jornalista, um dos “momentos mais bizarros na longa história” do jornal aconteceu a propósito das peças que o The Guardian tem vindo a fazer sobre a espionagem levada a cabo pela NSA e pela GCHQ.
Rusbridger diz que foi contactado há cerca de dois meses por um oficial do governo que afirmava representar os pontos de vista do primeiro-ministro. O oficial exigia que o The Guardian devolvesse ou destruísse todo o material sobre os casos de espionagem que estava a usar para fazer as peças jornalísticas.
Apesar do tom cordial das reuniões, Rusbridger diz que “havia a ameaça implícita de que outros dentro do governo favoreciam uma abordagem muito mais draconiana”.
As “negociações” ficaram mais tensas um mês depois, quando o editor do jornal recebeu um telefonema, onde lhe disseram: “Vocês já tiveram o vosso divertimento. Queremos as nossas coisas de volta”. As exigências levaram o editor a explicar aos agentes do Governo que poderiam perfeitamente continuar a cobrir o caso da NSA fora da Grã-Bretanha. Aliás, a maioria do trabalho já era feito fora de Londres, dado que o jornalista em causa estava no Brasil. Mas estes argumentos de nada serviram e, pouco tempo depois, os agentes da GCHQ entravam nas instalações do jornal e destruíam os discos rígidos.