Dados preliminares da IDC relativos às vendas de desktops no primeiro trimestre de 2013 em Portugal
Dados preliminares da IDC relativos às vendas de portáteis no primeiro trimestre de 2013 em Portugal
A venda de computadores pessoais manteve, no primeiro trimestre de 2013, o declínio que já se regista no mercado português desde 2010. De acordo com os dados preliminares da IDC, foram vendidos nos primeiros três meses de 2013 158.398 computadores pessoais. Este número representa uma perda de 9,4% face ao período homólogo de 2012. Como seria de esperar, os portáteis lideraram as vendas de computadores pessoais no primeiro trimestre de 2013 (128.315 portáteis e 44.008 desktops vendidos neste período).
O declínio das vendas registado neste trimestre permite identificar uma tendência que contrasta não só com os resultados preliminares do mercado espanhol (quebra de 35,1% no primeiro trimestre de 2013, face ao período homólogo de 2012), como também com os resultados anuais que a IDC contabilizou em 2010 (decréscimo de 29%); 2011 (declínio 28%); e 2012 (perda de 17%).
O fim dos investimentos em programas como e-escolas ou o Plano Tecnológico da Educação terão sido os principais fatores que levaram à acentuada diminuição das vendas registadas em 2010 e 2011. No trimestre de 2013, os investimentos levados a cabo pelo Estado já não deverão produzir efeitos nas estatísticas. O que significa que o declínio, apesar de menor, tem outras razões, como explica Gabriel Coimbra, diretor-geral da IDC Portugal, em declarações à Exame Informática: «Há um efeito conjugado da atual conjuntura e também da preferência por outros dispositivos alternativos ao computador pessoal, como os smartphones e os tablets. Estamos perante um fenómeno de canibalização, que também é potenciado pela redução da disponibilidade financeira dos consumidores, que são tentados a procurar dispositivos que têm igualmente funcionalidades e de multimédia e de produtividade, mas que têm preços mais atrativos».
Os dados da IDC permitem confirmar a ascensão dos tablets. A estimativa da consultora aponta para que, até ao final de 2013, sejam vendidos mais de 500 mil tablets em Portugal. A confirmar-se a previsão, a venda de tablets terá um crescimento de 57% face a 2012 (que somou 318 mil tablets vendidos).
Nos resultados preliminares que foram compilados pela IDC, a Toshiba lidera o segmento dos portáteis, com 30% de quota de mercado (e crescimento de 9,6%). Ainda nos portáteis destaque para o facto de a HP cedido o segundo lugar para a Asus.
Nos desktops, a HP mantém a liderança com uma quota de 36,2%, sendo seguida pela Asus e pela Dell, que contrariou o ciclo de quebra registados por várias marcas concorrentes.
A Apple é provavelmente uma das principais beneficiadas da migração para smartphones e tablets, mas nos computadores pessoais não consegue ir além do sétimo lugar tanto nos portáteis como nos computadores de secretária. Gabriel Coimbra relaciona este desempenho com o posicionamento da marca: «Nos últimos dois anos, a Apple cresceu em contraciclo neste segmento, mas já não está a ganhar mercado. Até agora não tem havido uma verdadeira estratégia de massificação, mas não é de excluir que, a médio ou longo prazo, a Apple lance um produto para concorrer no subsegmento da entrada de gama».