
No porno, a distância conta. A TV pode estar a dois metros; o portátil a meio metro; e o tablet a 30 centímetros – mas nenhum destes dispositivos consegue dar a sensação de proximidade de uma cena como os óculos Google Glass.
A indústria pornográfica poderá não tardar muito mais a tirar partido dessa proximidade. Pelo menos é o que garante quem tem experiência na matéria: «Vai causar uma grande transformação no ponto de vista das produções», perspetiva Alana Evans, atriz porno e entertainer na rádio americana Sirius XM.
Na indústria do porno, há a convicção de que uns óculos com câmara e ecrãs incorporados poderão não só dar maior sensação de participação nas cenas de um filme, como ainda revelarem-se mais úteis para captar imagens que permitem encarnar certas personagens.
Missy Martinez, colega de ofício de Alana Evans, admite mesmo que a tecnologia possa potenciar a produção de filmes a partir do ponto de vista feminino. O que pode revelar um novo estilo e também um novo filão de negócio: «Penso que é um mercado por explorar», acrescenta a Martinez.
Apesar do tom auspicioso com que analisam o potencial dos Google Glass, as duas apresentadoras do programa de rádio “The Naughty Gamers Show” admitem ainda que os óculos da Google possam ajudar a complementar a experiência proporcionada por dispositivos hápticos que reagem a movimentos executados durante um filme pornográfico e que hoje são vendidos em sites mais recênditos da Web.