O projeto VeLx tem por inspiração confessa o modelo de bike sharing, que pôs pessoas de várias cidades do mundo a partilhar gratuitamente bicicletas que pertencem à comunidade. Só que em vez da partilha gratuita de bicicletas, o VeLx pretende fomentar a partilha de motorizadas elétricas a troco do pagamento de um aluguer. O uso das motas também está restrito aos consumidores que dispõem de cartões que desbloquear as motas e contabilizar o tempo de uso. Quando já não precisa mais da mota, o utilizador apenas tem de se dirigir a uma das docas de carregamento e estacionamento e deixar o veículo disponível para outros utilizadores.
O projeto, que é liderado pela iWays e conta com a participação da Compta e da EcoCritério, tem por objetivo estrear 70 motas elétricas e 14 docas de carregamento e estacionamento até à primavera de 2013. «Um ano depois da estreia já deveremos ter 30 docas e mais de 140 motas elétricas em Lisboa. E acredito que mesmo estes números não sejam suficientes para a procura», acrescenta Tiago Serrenho, um dos sócios da iWays.
Barato como um bilhete de metro
Os 10 minutos de uso das motas elétricas deverão ter um custo de 1 a 1,25 euros. O que permite atuar como alternativa ao metro ou aos autocarros, cujos títulos de transporte têm um preço similar. A iWays prevê ainda previsto o lançamento de formatos de pagamento similares aos passes mensais com um valor fixo ou carregamentos pré-pagos similares aos que já existem nos telemóveis. «Quanto maior for o período de uso, maiores serão os custos. A ideia é fomentar a partilha destas motas», acrescenta Tiago Serrenho.
Atualmente, a jovem empresa está a negociar com a Câmara Municipal de Lisboa o espaço para colocar as docas de carregamento e estacionamento das motas. Numa primeira fase, as docas deverão ficar localizadas «no eixo que liga a Baixa ao Campo Grande», refere Tiago Serrenho.
Além das motas e das docas de carregamento, o projeto VeLx contempla ainda o desenvolvimento de uma plataforma que permite localizar as motas por GPS (o serviço está circunscrito à área urbana de Lisboa) e também detetar eventuais incidentes. «As motas estão equipadas com uma tecnologia que envia um alerta quando alguém levanta uma roda a mais de x centímetros do chão ou quando é detetado um grande impacto. Deste é possível detetar eventuais tentativas de roubo ou vandalismo», explica o responsável da iWays.
As motas alugadas pelo projeto iWays têm uma autonomia energética para cerca de 60 quilómetros. A velocidade foi limitada aos 65 Km/h. Apesar de ainda estar na fase de angariação de investidores, Tiago Serrenho mantém o otimismo: «A scooter é meio de transporte ideal para Lisboa. É mais fácil de estacionar e mais rápida a arrancar que os outros veículos. Além disso, é mais segura porque se destaca no meio do trânsito e sobe melhor as rampas que as bicicletas».