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A Foxconn num dia (ou talvez numa noite?) mais calmo
A Apple continua a enfrentar as críticas de várias organizações independentes face às condições de trabalho proporcionadas a centenas de milhares de funcionários das fábricas da Foxconn, de onde saem os iPhones e iPads para o mundo.
De acordo com o relatório da Sacom, uma organização independente chinesa, nas fábricas de Shenzen e Zhengzhou continuam a dormir 20 a 30 funcionários em dormitórios com três quartos apenas, há bancos apenas para alguns trabalhadores e o resto trabalha de pé. As semanas de trabalho também têm demasiadas horas extraordinárias, apesar de a Apple se ter comprometido com a redução deste valor para estar de acordo com a legislação chinesa.
Foi ainda criada uma linha de apoio aos funcionários, após uma série de suicídios dos trabalhadores. No entanto, estas chamadas também têm originado desconfianças. Um funcionário que teve uma divergência com um superior contactou a linha e recebeu o conselho de que se devia despedir se estava descontente. Os empregados não podem ainda utilizar aparelhos que necessitem de corrente elétrica, como portáteis, sob pena de estes serem confiscados.
O estudo da Sacom incluiu 170 entrevistas a funcionários e responsáveis das fábricas da Foxconn e foram realizadas entre março e maio deste ano, já depois de a Apple se ter comprometido a melhorar a situação, noticia o Guardian.
Nestas entrevistas lê-se que os funcionários são obrigados a limpar casas de banho, cortar relva e assinar confissões que depois são publicadas para todos verem, como forma de castigos.
Os trabalhadores contam ainda que, nesta fase de lançamento do novo iPad, é frequente trabalharem mais quatro ou cinco horas diárias, sem serem pagos. De acordo com o estudo do Sacom, estas condições de trabalho alargam-se a vários funcionários chineses que trabalham para outras grandes marcas, como a Amazon, HP, Dell ou Nokia.
A Apple respondeu em comunicado a este estudo dizendo que está a colaborar com os fornecedores no sentido de melhorar as condições de todos os funcionários.