Com base nos modelos de análise da Business Software Alliance (BSA) e da consultora IDC, o Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica deu a conhecer esta tarde algumas estimativas quanto ao impacto que a redução da taxa de uso de software pirata pode ter na economia portuguesa.
Segundo o estudo da Universidade Católica, a taxa de uso software pirata em Portugal está estabilizada há três anos em 40%. Com uma descida de 10 pontos percentuais na taxa de pirataria (o que corresponde a um quarto ou 25% do total da taxa estimada) seria possível criar, nos próximos quatro anos, 4244 novos postos de trabalho, e garantir 320 milhões de euros através da coleta dos impostos cobrados aquando da venda de software legal. As previsões dão ainda conta de um possível aumento do PIB de 1150 milhões de euros (o que corresponde a 0,6% do PIB).
O estudo coloca Portugal a dois pontos percentuais da média mundial (42%) e em 13º lugar do ranking da pirataria de software nos 27 países da UE.
Ricardo Reis, coordenador do estudo realizado pela Universidade Católica, admite que a educação e o aumento do rendimento dos cidadãos possam produzir efeitos a longo prazo, mas frisa que só através da melhoria da qualidade da justiça e do reforço legal será possível reduzir a taxa da pirataria em Portugal. E mesmo assim dificilmente, será possível refrear os ímpetos mais otimistas: «Não há memória de países que alguma vez tenham conseguido reduzir 10 pontos percentuais em apenas 4 anos, mas isso não significa que o País deve desistir dos benefícios que podem ser alcançados com a redução da taxa de pirataria de software».
Luís Sousa, presidente da Associação Portuguesa de Software (Assoft), admite que os números apresentados pelo estudo da Universidade Católica podem ser difíceis de alcançar em quatro anos, mas recorda que têm a «vantagem de pôr o País a debater este assunto».