Excesso de trabalho. De forma resumida, foi isto que o jornalista Liu Zhi Yi, do jornal chinês Southern Weekly, descobriu na fábrica da Foxconn.
Nos últimos meses, houve nove tentativas de suicídio, das quais sete foram bem sucedidas. No último mês, todavia, este número disparou para 30 novas tentativas de suicídio, o que levou a Foxconn a contratar terapeutas e até monges budistas para tentar acabar com o problema.
O jornalista Liu Zhi Yi fez-se passar por um jovem à procura de trabalho, e conseguiu ser contratado. Durante 28 dias suportou as mesmas condições que trabalho que os 400 mil empregados da Foxconn têm de aguentar. A empresa obriga-os a trabalhar o dia todo, e só param para uma refeição rápida e para dormir. A rotina estende-se durante todo o ano, excepto em feriados nacionais. Para muitos trabalhadores, o único escape a esta vida é o suicídio.
Muitos empregados optam por deixar cair objectos no chão, porque dobrar as pernas para apanhar o que caiu é o máximo de descanso que têm durante as muitas horas passadas de pé. O jornalista descobriu também que muitos trabalhadores invejam os colegas que adoecem, porque, ao menos, podem descansar.
A Foxconn produz para a Apple, Intel, Dell, HP, entre outras empresas.