Naquela que aparenta ser uma mudança de 180 graus na política de cibersegurança, a nova administração dos EUA parece não considerar a Rússia como uma ciberameaça. Apesar de não haver qualquer comunicação oficial direta neste sentido, as ordens mais recentes do Secretário de Defesa, Pete Hegseth, evidenciam isso: o Comando de Cibersegurança recebeu a ordem direta para “parar todo o planeamento contra a Rússia, incluindo iniciativas de ofensiva digital”, enquanto a Agência de Cibersegurança e Segurança de Infraestruturas (CISA no acrónimo em inglês) tem “novas prioridades”, nas quais são mencionadas as ameaças da China e de outros países, mas sem se referir a Rússia.
A ordem não se aplica, para já, à Agência Nacional de Segurança americana (NSA). Uma fonte anónima da CISA conta que “a Rússia e a China são os nossos maiores adversários. Com todos os cortes que estão a ser feitos em diferentes agências, muito do pessoal de cibersegurança foi despedido. Os nossos sistemas não vão estar protegidos e os nossos adversários sabem-no. As pessoas estão a comentar que a Rússia está a ganhar. Putin está por dentro agora”, sublinha o Gizmodo.
Os oficiais da CISA terão recebido instruções verbalmente para não perseguirem a Rússia ou seguirem relatos de ameaças russas, conta outra fonte. “Há milhares de funcionários e militares americanos a trabalhar diariamente na grande ameaça que a Rússia representa enquanto, possivelmente, a maior nação maliciosa. Não é para diminuir a significância da China, do Irão, da Coreia do Norte, mas a Rússia está pelo menos ao nível da China enquanto ameaça mais significativa”.
Apesar das grandes promessas de eliminar gastos considerados desnecessários nas agências e organizações governamentais, a NSA tem passado incólume ou pelo menos sem grandes cortes para já.