Alguns dos monumentos e pontos de interesse turístico mais populares de Lisboa já estão disponíveis num formato 3D, quase como se fosse um videojogo, na aplicação Google Maps. A novidade foi anunciada pela gigante americana nesta quinta-feira, com a capital portuguesa a fazer parte de um grupo de 150 novas cidades que passam a estar disponíveis no chamado modo de visualização imersiva.
A Exame Informática já confirmou que algumas localizações, como a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos, o Castelo de São Jorge, o Padrão dos Descobrimentos, a Sé de Lisboa e o Museu Arqueológico do Carmo já estão disponíveis no modo de visualização imersiva. Para aceder, basta ter a versão mais recente do Google Maps, pesquisar pelo nome destes pontos nas aplicações para Android e iOS, e selecionar a opção Immersive View, como pode ver no vídeo em baixo:
O modo imersivo mostra aos utilizadores uma renderização a três dimensões de edifícios, monumentos, bairros e outras zonas de interesse, tornando mais realista a representação desses locais na plataforma Google Maps. Isto também permite aos utilizadores terem uma melhor sensação de escala de alguns destes locais mesmo antes de os visitarem.
A visualização imersiva de Lisboa e de outras cidades usa técnicas de Inteligência Artificial para combinar diferentes fotografias – captadas no solo e por vista área – para gerar uma representação 3D dos diferentes elementos. “É o futuro dos mapas”, comentou Chris Phillips, vice-presidente e diretor-geral da divisão Geo, dedicada a serviços de geolocalização, da Google, numa apresentação antecipada à imprensa e na qual a Exame Informática participou.
O modo de visualização imersiva para a cidade de Lisboa já está disponível, mas poderá não aparecer imediatamente a todos os utilizadores, sendo disponibilizado de forma faseada ao longo das próximas semanas.
Gemini chega ao Google Maps
Além de um maior número de cidades disponíveis num modo imersivo, a Google anunciou várias novas funcionalidades para o Google Maps e que nascem – sem grande surpresa – da integração dos modelos de Inteligência Artificial (IA) Gemini no serviço de geolocalização.
A partir das próximas semanas, através de uma atualização, os utilizadores vão poder fazer perguntas ao Google Maps (esta funcionalidade é lançada, por agora, apenas nos EUA). Na barra de pesquisa, em vez de indicarem um monumento ou o nome de um restaurante específico, poderão perguntar ‘o que fazer com os meus amigos à noite no Porto’. O motor de IA do Google Maps vai depois fazer diferentes sugestões, agrupando-as por categorias – por exemplo, sugestões de bares, sugestões de sítios para fazer karaoke, ou sugestões de locais com concertos ao vivo.
A segunda novidade são os resumos de locais feitos por Inteligência Artificial. Por exemplo, quando pesquisar no Maps sobre um restaurante específico, o serviço vai agora mostrar um pequeno resumo em texto, que tem por base todos os comentários e análises feitas pelos utilizadores àquele espaço, salientando as especialidades da casa e outros pontos de destaque.
A terceira novidade são perguntas sugeridas. Imaginando que o utilizador está a ver as informações de um restaurante para decidir se é ali que quer comer, o Maps vai sugerir um conjunto de questões (como ‘este restaurante é calmo?’ ou ‘tem música ao vivo?), que ajudam o utilizador a ‘afunilar’ o processo de escolha.
Nas próximas semanas, o Google Maps vai receber outras melhorias, como a possibilidade de ver o percurso de carro ao nível das faixas de rodagem automóvel, para “tornar a experiência de navegação o mais precisa possível”. Vai também ser possível reportar fenómenos meteorológicos para outros utilizadores – por exemplo, indicar que há nevoeiro numa estrada específica, informação que será partilhada com quem estiver ali próximo. Por fim, há uma outra funcionalidade, chamada “chegar com confiança”, que vai indicar ao utilizador parques de estacionamento próximos ao destino final indicado, seguido da sugestão de caminhada entre o parque e a morada indicada.
“Cada vez mais pessoas estão a usar os nossos produtos de mapas. A utilização está a bater recordes em todas as plataformas. O Google Maps tem dois mil milhões de utilizadores ativos mensais. (…) Acreditamos que tem muito a ver com o quão atualizado e completo é o serviço. O mundo está sempre a mudar e precisamos de acompanhá-lo”, salientou Chris Phillips, do Google GEO, sobre todos estes anúncios.