“Agir contra pessoas que repetidamente compartilham informações erradas”. Este é o título do mais recente anúncio do Facebook, uma ferramenta que deverá alertar os utilizadores sobre a ‘má fama’ das páginas no que diz respeito à veracidade dos conteúdos partilhados. Segundo o Facebook “estamos a lançar novas formas de informar as pessoas quando estiverem a interagir com conteúdo que foi avaliado por um verificador de factos, bem como a tomar medidas mais fortes contra as pessoas que repetidamente compartilham informações incorretas no Facebook”. O texto dá exemplos concretos das informações erróneas partilhadas: “Quer seja conteúdo falso ou enganoso sobre COVID-19 e vacinas, mudanças climáticas, eleições ou outros tópicos”.
Por isso não estranhe se, ao fazer Gosto numa página, surgir a informação “Esta página tem partilhado informação falsa repetidamente”. O utilizador poderá, depois de receber o aviso, confirmar que pretende seguir a página ou voltar atrás na sua opção.
Relativamente aos castigos para quem prevarica, o Facebook promete que vai diminuir a relevância das publicações dos que partilham informação falsa frequentemente. O que significa que estas publicações vão descer de posição no news feed.
Opinião do autor
(Quase) toda a gente está de acordo que a partilha de informações falsas nas redes sociais tem tido consequências desastrosas e que deve ser combatida. Apesar de ter lutado inicialmente contra esta ideia, a pressão gerada por diferentes áreas da sociedade tem levado o Facebook a aplicar políticas que minimizam a partilha das chamadas ‘fake news’. No entanto, boa parte do sucesso das redes sociais, com destaque para o Facebook, assenta em algoritmos que valorizam publicações com potencial para serem mais populares e as ideias preconcebidas dos utilizadores, independentemente de terem ou não adesão à realidade. Regras que, naturalmente, dão maior relevância à espetacularidade e ao exagero e menos à verdade dos factos. Alterar este modo de funcionamento significaria mudar os algoritmos base do Facebook e, potencialmente, reduzir significativamente os lucros gerados para a empresa gerida por Mark Zuckerberg. Depois há a sempre polémica questão sobre quem decide o que é verdadeiro e falso e, não menos importante, as possíveis consequências relativamente à informação não verificada. Ou seja, os utilizadores poderão começar a acreditar ainda mais em informações falsas.