Na terça-feira, 15 de setembro, fica disponível em Portugal aquela que é uma das maiores apostas da gigante Disney dos últimos anos: a plataforma de streaming Disney+ (lê-se Disney Plus) começa a chegar a mais mercados. A Exame Informática já teve a oportunidade de experimentar o serviço Disney+ e partilha aqui alguns apontamentos sobre a plataforma. Mas antes da experiência propriamente dita, eis algumas informações importantes sobre o serviço.
Disney+: Preços, subscrição e conteúdos em 4K
O Disney+ é um serviço de streaming com filmes, séries e documentários. Segundo informação avançada pela empresa, no dia 15 de setembro vão estar disponíveis mais de 600 séries e mais de 100 filmes na plataforma. Questionada pela Exame Informática, a empresa adianta que mais de cem destes conteúdos vão estar disponíveis em Ultra Alta Definição. Há ainda conteúdos disponíveis em Alto Contraste Dinâmico (HDR).
O Disney+ (ou Disney Plus) custa 6,99 euros por mês ou 69,99 euros por ano. Quem subscrever o serviço antes de 15 de setembro tem a possibilidade de garantir a anuidade por 59,99 euros. De salientar que esta plataforma, ao contrário de outras, não vai disponibilizar um período gratuito de testes. O registo e subscrição podem ser feito diretamente nas aplicações ou através de um browser. As contas de utilizador são pessoais e intransmissíveis, segundo os termos de utilização.
Em cada conta de utilizador podem ser criados até sete perfis, sendo que é possível definir estes perfis para crianças (o conteúdo é filtrado e acima de tudo focado em desenhos e filmes animados). Não é possível, para já, definir uma palavra-passe de proteção aos perfis, mas a Disney diz que esta funcionalidade está a ser desenvolvida e chegará às apps através de uma atualização – quando, ao certo, não se sabe.
Só existe um plano de subscrição (ao contrário da Netflix, por exemplo, que tem três), sendo que o único plano do Disney+ permite usar o serviço em quatro dispositivos em simultâneo, ter conteúdos descarregados (acesso offline após download) em dez equipamentos diferentes e garante ainda os conteúdos na melhor resolução em que estão disponíveis.
Em termos de plataformas tecnológicas, o Disney+ vai estar disponível na esmagadora maioria dos equipamentos de consumo de vídeo com aplicações dedicadas ou através do browser: Android e iOS, Android TV, Samsung Smart TV, LG Smart TV, Apple TV, PlayStation 4, Xbox One, Amazon Fire TV, entre outros. O serviço não vai estar, pelo menos na fase de arranque, disponível diretamente nas boxes tradicionais de alguns operadores de televisão, tal como já acontece com outros serviços de streaming (Netflix e HBO, por exemplo).
Disney+: Uma surpresa tecnológica
Vimos uma demonstração (cerca 40 minutos) e experimentámos (cerca de 20 minutos) o Disney+ numa apresentação do serviço de streaming à imprensa feita através da versão disponível na box Apple TV. Não foi possível captar imagens.
O Disney+ destaca-se pela componente visual e pela interface: se, por um lado, o design da Netflix é muito dominado pelo preto e depois pelas capas dos conteúdos em grandes dimensões, já o Disney+ aposta num design muito colorido e mais focado nos pormenores – quando estamos a passar para o lado em diferentes filmes ou séries, as caixas fazem um pequeno movimento que ajuda a tornar a interação com a plataforma mais dinâmica.
No ecrã principal do Disney Plus, o grande destaque vai para o carrossel de conteúdos que ocupa a parte superior do ecrã. Estes conteúdos são escolhidos através de curadoria humana e, no caso do serviço em Portugal, por elementos da equipa que a Disney tem no país. Daí para baixo, tudo o que estiver relacionado com sugestões de visualizações, já é garantido pelos algoritmos que têm em conta o histórico de visualizações.
Logo abaixo do carrossel principal estão aquelas que são as grandes categorias que definem o catálogo de conteúdos do Disney+: estão divididos pelos universos Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic. Ou seja, se quiser ver uma animação do Rato Mickey entrará no separador Disney, já se quiser o mais recente filme da saga Star Wars deverá escolher antes esse separador. E sempre que entrámos numa destas áreas, temos uma animação grande e reprodução de conteúdo automática de conteúdo.
De sublinhar que pela experiência que tivemos, o Disney+ enquanto plataforma está muito bem conseguido, pois toda a experiência foi fluída e rápida. No geral, estamos perante um serviço visualmente rico. Na listagem principal de conteúdos sentimos, no entanto, falta de imagens maiores (como existem na Netflix), sobretudo depois de descermos na navegação na página, que ajudem a dar destaque a conteúdos pelos quais já podemos ter passado, mas não reparámos da primeira vez.
IUma das surpresas que tivemos foi quão ‘polida’ a plataforma parece estar – aqui com as devidas reservas de termos tido uma demonstração isolada e de no dia de lançamento a experiência pode ser diferente para os utilizadores, dependendo do número de acessos à plataforma. Mas pelo que vimos, a Disney, uma empresa claramente de conteúdos, teve um grande cuidado relativamente às questões da interface e experiência de utilização, algo que nesta tipologia de serviços e em equipamentos menos capazes (televisores, por exemplo) faz a diferença.
Depois a plataforma tem alguns truques inteligentes que a distinguem de outras plataformas de streaming. Em conteúdos mais antigos (como a primeira temporada dos Simpsons – alguns conteúdos do universo Fox estão incluídos), o utilizador pode escolher se quer ver o conteúdo na qualidade original (a pensar nos puristas) ou se já quer ver a versão remasterizada do conteúdo.
O elemento que mais gostamos foi a integração de conteúdos extra. Por exemplo, imaginando que decide ver um filme da série Piratas das Caraíbas – no espaço dedicado ao filme, existe um separador de conteúdos extra onde pode ver cenas exclusivas de bastidores, comentários do realizador, conteúdos promocionais, bloopers, entre outros. Ou seja, aqueles conteúdos extra que estávamos habituados a ter nas edições especiais dos DVD ou Blu-Ray agora têm um espaço dentro do Disney+.
Muitos dos conteúdos (sobretudo filmes de animação) têm a dobragem em português disponível e os que não têm, têm legendagem. Além da versão em português, é possível aceder às dobragens e legendagens em muitos outros idiomas, com este a ser outro aspeto que mostra bem o cuidado tecnológico que a Disney+ teve: a troca entre idiomas, por exemplo, é instantânea.
E sim, ao bom estilo da Netflix, também é possível saltar as introduções das séries no Disney+ e, no final de cada episódio, começa uma contagem decrescente de 20 segundos no fim da qual é reproduzido o episódio seguinte.
Quanto à qualidade da imagem, a compressão da Disney apresenta-se com qualidade: os conteúdos em 4K apresentam com boa nitidez, ainda que a fluidez da imagem nem sempre tenha sido imaculada, algo que nos deixa um pouco de pé atrás e um elemento ao qual vale a pena estar atento quando o serviço estiver disponível.