É apenas um algoritmo, mas é também o principal atrativo do renovado site SNS 24, que estreia esta quarta-feira: a Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) vai disponibilizar na Internet um avaliador de sintomas que permite despistar os sintomas de gripe através de um pequeno inquérito. No caso de se justificar, o avaliador de sintomas encaminha os internautas para a linha de atendimento telefónico do SNS 24.
«O avaliador de sintomas não pretende substituir o apoio telefónico do SNS 24. Tata-se de uma pré-triagem que complementa o apoio telefónico», explica Henrique Martins, presidente da SPMS.
O avaliador de sintomas é composto por um pequeno questionário com vista a obter informação da pessoa (género, idade, se tomou ou não a gripe) e também de sintomas gripais (vómitos, febre, diarreia). No final, o avaliador indica se o utilizador deve ou não recorrer à linha de apoio SNS 24.
O conceito arrancou com a gripe e ainda terá de ser sujeito a uma análise de impacto, mas Henrique Martins está convicto de que poderá ser viável para rastrear outras doenças. «A ideia é aplicar este conceito no futuro a outras doenças. Muitas destas coisas já são feitas pelos serviços de saúde noutros países… ou então vêm em sites que não têm credibilidade. Queremos ocupar o espaço que hoje é ocupado pelo chamado dr.Google, que leva as pessoas a procurarem sites que não têm em conta o contexto, o tipo de população ou os serviços de saúde que existem no país», acrescenta Henrique Martins.
O desenvolvimento de novos avaliadores de sintomas para outras doenças poderá passar pela adaptação de algoritmos que, hoje, são usados pelos profissionais do SNS 24 para despistar algumas das doenças ou incidentes mais conhecidos. «As adaptações dos algoritmos terão sempre em conta que as questões são lidas por pacientes e não profissionais de saúde», lembra Henrique Martins.
Sobre os objetivos em termos de utilização do novo avaliador de sintomas, o responsável da SPSM deixa a seguinte conclusão: «é possível que tenhamos mais dificuldade em atingir atingir o alvo das pessoas de 80 anos, mas se conseguirmos que atrair os mais novos estaremos a criar uma porta de entrada para o site SNS 24 e para outros serviços que lá existem, como o Registo de Saúde Eletrónico ou a marcação de consultas pela Internet».