Bot, o diminutivo de robot, tende a ter na Internet um significado ligeiramente diferente daquele que tem na robótica. Geralmente, mais não são que programas que executam missões ou tarefas de forma autónoma. Nas eleições norte-americanas, ninguém espera que os bots votem – mas toda a gente admite que possam influenciar o desfecho do duelo presidencial entre Clinton e Trump. E isto porque os bots usam contas de Twitter – o tal portal que entrou num impasse, mas ainda continua a servir de barómetro da opinião pública – para disseminarem as mensagens que os seus proprietários ou criadores quiserem. Tanto a campanha de Donald Trump como a de Hillary Clinton usam bots para influenciar a opinião pública. Só que há uma diferença entre as duas candidaturas: Trump tem quatro vezes mais bots que Hillary.
As conclusões acabam de ser divulgadas por um conjunto de investigadores da Universidade de Oxford, Inglaterra, depois de uma análise a um total de nove milhões de tweets que foram publicados durante o dia do debate presidencial de 26 de setembro e os três dias que se seguiram.
Durante o estudo foram identificados 1,8 milhões de tweets que só contêm hashtags com “palavras de ordem” associadas a Trump e 613 mil tweets que só têm hashtags relacionados com a campanha de Clinton, informa a BBC.
De acordo com os investigadores, 32,7% dos tweets pró-trump foram publicados por bots. Na “barricada” oposta, estima-se que 22,3% dos tweets foram publicados por bots. O que significa que do lado do candidato republicano foram contabilizados 576,178 tweets produzidos por bots, enquanto a candidata democrata teve quase quatro vezes menos tweets criados por bots, não indo além de um total de 136,639 mil textos publicados.
Os especialistas da Universidade de Oxford apenas consideraram como bots as contas que publicaram mais de 50 tweets por dia. O estudo ainda terá de ser validado, mas já não escapa às críticas sobre as metodologias usadas no estudo.