É um ogre ou é um espião da NSA? A questão é deixada em aberto por um artigo publicado pelo Guardian, que revela que a NSA e o Quartel-General das Comunicações do Governo britânico (GCHQ) andaram a espiar algumas das plataformas de jogos mais populares da Internet.
Mais uma vez, a revelação teve por ponto de partida uma denúncia feita por Edward Snowden, ex-operacional da NSA que se encontra exilado na Rússia.
World of Warcraft, jogos disposnibilizados na rede Xbox Live e ainda o mundo da realidade virtual Second Life terão sido monitorizados por operacionais da NSA e da GCHQ, com o objetivo de recolha dados que pudessem revelar-se úteis no combate ao terrorismo.
As incursões pelas plataformas multijogadores começaram a ganhar consistência depois de um primeiro relatório que alertava para o uso de plataformas de jogos por parte de grupos terroristas ligados à Al Qaeda, Hezbollah, Hamas, bem como hackers chineses. Depois deste relatório, as duas entidades americanas investiram fortemente na monitorização das plataformas de jogos – a ponto de ter de ser criado um grupo de ligação a fim de evitar que as ações entre os diferentes grupos de operacionais gerassem conflitos.
Os mentores desta nova frente de ataque ao terrorismo não terão poupado na descrição dos benefícios de transpor a espionagem para o mundo dos jogos online: além de servirem de rampa de lançamento para ataques de hackers, os jogos teriam a vantagem de facilitarem a conversação com outros jogadores através de listas de amigos, e também a recolha de dados úteis sobre a localização e registos de comunicações – tudo isto com a proteção de avatares ou nicknames.
O mesmo relatório aventa ainda a hipótese de intercetar comunicações entre jogadores ou mesmo obter informação biométrica dos jogadores, tirando partido de um qualquer ataque que permitisse usar os headsets ou câmaras que costumam ser usados pelos jogadores.
A mais recente fuga de informação de Edward Snowden não permite confirmar se os operacionais da NSA e do GCHQ alguma vez conseguiram criar mecanismos que permitissem obter informação a partir de todas as estas fontes de informação. A Blizzard (produtora do World of Warcraft), a Microsoft e responsáveis do Second Life negam alguma vez ter tido conhecimento das atividades de espionagem levadas a cabo pela NSA e GCHQ.
A Blizzard (produtora do World of Warcraft), a Microsoft e responsáveis do Second Life negam alguma vez ter tido conhecimento das atividades de espionagem levadas a cabo pela NSA e GCHQ.