Por dia, Musical Covers recebe dois a três mil internautas: todas estas pessoas gostam de música – mas não se importam de trocar os Black Eyed Pees, os One Direction ou os Coldplay por ilustres desconhecidos que cantam as mesmas músicas que outros artistas tornaram em sucessos mundiais.
Hoje, o site especializado em versões de músicas cantadas por portugueses conta com 842 artistas registados, mais de 1800 temas – e de 34 mil fãs nas redes sociais. Estes números não chegam para “parar a Internet”, mas podem ser o ponto de partida para novos voos. Luís Marques, o mentor do Musical Covers, recorda que a Internet encurtou a distância que ainda separa uma carreira de coverista e de artista que canta os seus originais.
«Sim, existe mercado para os artistas de covers. Infelizmente, em Portugal, ainda são poucos os que conseguiram dar o salto. A Ana Free é um exemplo de uma artista que começou com os seus covers no Youtube e, neste momento, é uma artista com uma carreira a solo. Lá fora, já existem vários de artistas que deram o salto a partir dos seus vídeos com covers, no youtube. Boyce Anenue, Mike Tompkins, Noah são alguns bons exemplos», refere Luís Marques.
O Musical Covers não pretende concorrer com o YouTube – apenas tem como objetivo dar aquilo que um portal de grande dimensão, com os seus milhões de videoclips produzidos por artistas consagrados e também alguns coveristas, não pode dar. «Um artista que faça hoje o primeiro cover e o coloque no YouTub precisa de talento e também de muita sorte para ganhar visibilidade. A concorrência é altíssima, existem milhares e milhares de artistas covers e nem todos conseguem o sucesso ou a visibilidade merecida», acrescenta Luís Marques.
Além de apresentar versões musicais de vários temas, o Musical Covers dá a conhecer os artistas e conta com notícias e agenda de eventos. O site conta ainda com uma secção dedicada ao programa Factor X, o que pode ser indiciador de uma das fontes de inspiração que levaram ao lançamento do Musical Covers.
O projeto arrancou há cerca de dois anos no Facebook , mas só em fevereiro adotou a atual plataforma que permite que qualquer artista publique os seus trabalhos. Luís Marques, programador de 20 anos que vive em Santo Tirso, diz que não tem pretensões em fazer negócio com o site que criou em parceria com um colega, que também junta às tecnologias à paixão pela música: «O dinheiro que fazemos com a publicidade chega apenas para pagar os servidores e a manutenção do serviço. Já fizemos alguns concursos de covers, mas não temos projetos para fazer deste site o nosso modo de vida».