Depois de ontem anunciar o ataque a 201 sites internacionais, eis que o coletivo de hackers portugueses Team Whit3 Portugal confirmou o lançamento de um ataque a mais 204 sites de governos, empresas e associações internacionais.
Entre os visados pelo raide deste grupo que alega ligações aos Anonymous figuram o site das Nações Unidas e o site Homeland Security Information Network, que é gerido pelo Departamento de Segurança Interna do Governo dos EUA. Neste ataque, encontra-se ainda a página pessoal de George W Bush, ex-presidente dos EUA, que está associada ao site da Casa Branca.
A Exame Informática apurou que os ataques ainda estão na fase inicial: para já, apenas foram publicados, no site Pastebin, os códigos que permitem transfigurar as páginas de entrada dos sites (defacement). Estes códigos também poderão ser usados para posteriores ataques de Cross Site Scripting (XSS), que permitem criar sites forjados ou eventualmente provocar intrusões em redes informáticas; ou para lançar ataques de Denial od Service (DDoS), que congestionam um site ou uma rede informática com múltiplos pedidos de acesso em simultâneo.
Atualmente, os sites das Nações Unidas ou do Homeland Security Information Network continuam a funcionar sem qualquer alteração ou transfiguração. Nesta primeira fase, os hackers apenas se limitaram a explorar vulnerabilidades e a distribuir as ferramentas que vão permitir explorar essas vulnerabilidades. Numa segunda vaga, essas ferramentas poderão ser usadas para vários tipos de ataques.
A analisar pelos códigos publicados no Pastebin, os hackers terão por objetivo principal deixar uma mensagem política contra o governo dos EUA: Obama e o polémico programa Prism são os visados pelas críticas dos hackers portugueses, que recorrem por mais de uma vez à palavra «fuck» para demonstrar repúdio pela política do governo dos EUA e também pelos programas de ciberespionagem norte-americanos.
Na lista de sites visados pela #OpFuckUsa, encontra-se ainda o Serviço Nacional de Meteorologia e o Departamento de Publicações do Governo dos EUA; o Senado das Filipinas e várias outras entidades que dependem dos governos brasileiro, australiano e romeno.
A par da vertente política, o Team Whit3 Portugal assume-se como um grupo de hacktivistas criado com propósitos de deteção e denúncia de falhas e vulnerabilidades informáticas. Em paralelo com as operações levadas a cabo pelos Anonymous, o Team Whit3 vai desenvolvendo ações de "white hat", que, além de não terem propósitos criminosos, têm por propósito alertar as vítimas para as vulnerabilidades que permitiram os ataques a determinados sites ou redes informáticas.