Família de David Saunders, um homem de 97 anos, julgava que o corpo do ancião tinha sido doado para estudos científicos e descobriu que afinal estava a ser exposto numa feira de ‘excentricidades’ numa sala de hotel em Portland, nos EUA. O corpo estava a ser dissecado em frente a um público que pagou 500 dólares por cada bilhete para ver uma autópsia a ser realizada ao vivo.
A descoberta só foi possível graças ao trabalho de um jornalista que viu a etiqueta com o nome do falecido no corpo. O trabalho de dissecação foi feito por um professor de anatomia reformado e incluiu várias horas de cortes e exposição de órgãos.
A funerária do Louisiana explica que passou o corpo para uma empresa privada chamada Med Ed Labs que se dedica, alegadamente, a gerir cadáveres para fins de investigação. O corpo deste homem foi vendido a Jeremy Ciliberto, o fundador do DeathScience.org, que também tem parcerias com a Oddities and Curiosities Expo, que organizou o evento de autópsia ao vivo. Esta aquisição não foi a única para o certame, com Ciliberto a contar que pagou mais de dez mil dólares pelos corpos.
O website do expositor promete “algo verdadeiramente estranho para todos nos nossos espetáculos”, garantindo que “todos os itens que vêm nos espetáculos são legais e de origem sustentável”, cita o Motherboard.
Todos os envolvidos neste processo acusam a parte seguinte de os ter enganado: a funerária revela que a Med Ed Labs iria usar o corpo para investigação clínica; esta empresa defende que Ciliberto foi “desonesto” nas suas intenções e descreveu erradamente o evento como tendo uma audiência médica; Ciliberto, por sua vez, argumenta que a família sabia de todo o processo e que o evento se tratou de uma performance educativa e iluminadora para quem assistiu. A Med Ed Labs terá fornecido o cadáver, o anatomista, todo o equipamento usado e tratado da reserva do local, bem como da manutenção do corpo antes, durante e após o evento.
“Desde o exame externo do corpo à remoção de órgãos vitais incluindo o cérebro, vamos ter novas perspetivas de como o corpo humano pode contar uma história. Teremos várias oportunidades para os espetadores obterem uma vista próxima do cadáver” e “acesso ao cadáver antes, depois e durante as pausas” são duas passagens encontradas na descrição do evento.