Steve Easterbrook foi despedido da McDonald’s e recebeu 40 milhões de dólares como indemnização. Sobre o diretor executivo pairaram suspeitas de se ter envolvido sexualmente com funcionários, algo que o código de conduta interno da empresa proíbe explicitamente. O CEO apagou os emails comprometedores do seu telefone e a multinacional optou por pagar a indemnização há alguns meses. Agora, a empresa esteve a verificar nos servidores e apanhou imagens explícitas que foram enviadas por Easterbrook através da sua conta profissional para os trabalhadores em questão. A McDonald’s processou o ex-diretor executivo e pede os 40 milhões de dólares de volta.
Além das relações sexuais que mantinha com alegadamente três pessoas que lhe reportavam diretamente, o ex-CEO terá aprovado a atribuição de ações no valor de centenas de milhares de dólares para uma dessas pessoas. A queixa sobre este comportamento foi apresentada junto das autoridades financeiras dos EUA.
Em novembro de 2019, na acusação contra Steve Easterbrook lia-se que a investigação interna mostrou que havia “uma relação não-física, consensual e que envolvia a troca de mensagens de texto e videochamadas”, cita o ArsTechnica. O diretor justificou dizendo que essa relação era a única que mantinha, não havia contacto físico e que não havia mais qualquer outro relacionamento. Agora, a empresa encontrou, nos servidores corporativos, os emails trocados com mais outras duas pessoas e evidências de que estas relações se mantinham há pelo menos um ano. A necessidade de um processo rápido de despedimento terá ‘obrigado’ a McDonald’s a fazer o mínimo de investigações. Uma denúncia anónima apresentada em julho deste ano levou a empresa a reabrir o dossier e rever a investigação, encontrando evidências do envio de fotos de cariz sexual, nudes e mensagens comprometedoras nos seus servidores a partir do email profissional do ex-CEO para a sua conta pessoal.
A aprovação para o portefólio de ações foi dada dias depois do primeiro encontro de Easterbrook com uma destas pessoas e pouco tempo antes do segundo encontro.
Por ter mentido ao Conselho de Administração da empresa e aos investigadores e por ter violado o Código de Conduta, a McDonald’s considera que o despedimento deveria ter acontecido por justa causa e sem lugar à indemnização milionária.