As impressões em 3D já são realizadas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) desde 2014. A novidade agora é que em vez de derreter plástico (que não aquece muito e é fácil de controlar mesmo em gravidade zero), os astronautas fizeram impressões tridimensionais em metal.
Investigadores da Airbus e da Universidade de Cranfield tiveram de alterar os princípios da impressão 3D em metal para tornar o processo seguro para os astronautas. O processo habitual desta impressão passa por assentar uma camada de pó de liga de metal que depois é manipulado por um feixe de eletrões ou laser com base num ficheiro digital. Depois, é colocada uma segunda camada e o processo repete-se, com o excesso do pó a ser removido e o produto final a ir para polimento.
Na impressora que foi colocada a bordo da ISS, os cientistas alteraram o funcionamento e tentaram replicar o que acontece na impressão 3D de plástico: há um filamento de aço inoxidável a alimentar a cabeça de impressão e um laser que o derrete imediatamente antes de assentar no seu local definitivo. Toda a operação, para uma maior segurança, é realizada dentro de uma caixa selada, noticia o New Atlas.
Esta foi a primeira demonstração, estando previstos quatro testes no total para este aparelho. Quando todos forem realizados, a impressora e os produtos impressos retornam à Terra para mais análises.
Daniel Neuenschwander, diretor de Exploração Humana e Robótica da Agência Espacial Europeia, congratula-se com o teste bem sucedido: “Este feito, tornado possível por uma equipa internacional e multidisciplinar, abre caminho para as missões de grandes distâncias e elevadas durações onde criar peças de substituição, componentes de construção e ferramentas a pedido vai ser essencial”.