Durante as primeiras seis semanas de 2024, a quota de mercado da Huawei na China disparou para os 64%. Com as vendas da Apple a caírem 24% no mesmo período, atualmente a marca chinesa tem 17% do mercado total de smartphones, mais 1% do que a empresa de Cupertino. Ainda assim, a liderança naquele mercado pertence à Vivo e o terceiro lugar é partilhado entre a Apple e a Honor.
As sanções impostas em 2021 pelos EUA à Huawei pareciam ter ditado o fim da empresa no segmento dos smartphones, que teve de se reinventar, criar um ecossistema de aplicações paralelo e até dividir a Honor numa empresa que pudesse operar por si só. Agora, três anos volvidos, a série Mate 60 Pro está a agradar aos utilizadores chineses, o que permite à marca recuperar ‘fôlego’ no mercado interno (mas que é um dos maiores e mais importantes do mundo).
Este modelo usa o chip próprio HISilicon Kirin 9000S, que deriva dos desenhos Arm e é o primeiro a surgir depois das sanções impostas pelos norte-americanos. Com o governo chinês e a Huawei a manterem o silêncio sobre este componente e sobre o telefone, resta a especulação, parecendo que a grande alteração é mesmo a passagem da TSMC (mais pró-ocidente) para a SMIC (mais pró-China). Segundo uma análise da Bloomberg, que desmontou o chip, estamos perante uma unidade construída segundo o método de fabrico de sete nanómetros e a GSMArena revela um desempenho ao nível do que é conseguido com o agora modesto Snapdragon 888 de 2020.
Apesar de os EUA quererem manter a China apenas com chips de 14 nm, tal não foi possível. Agora, para passar para lá dos 7 nm (recorde-se que a Apple já desenha chips de 3 nm), a TSMC precisa de colocar uma nova técnica de produção chamada litografia ultravioleta extrema, mas essas máquinas não podem ser exportadas para a China, pelo que o impacto das sanções deverá fazer-se continuar a sentir no fabricante chinês.
Pode recordar a apresentação de outro smartphone de topo da marca, o P60 Pro, no vídeo em baixo e ler a nossa análise completa ao equipamento aqui.