“O único objetivo quando começámos era chegar aqui”, descreve Rick Osterloh, que lidera a divisão de dispositivos da Google durante a apresentação dos smartphones Pixel 6 e Pixel 6 Pro. Esta versão é a primeira que inclui um modelo destinado a competir no segmento dos topos de gama. A linha Pixel tem estado presente numa gama intermédia de dispositivos e agora aparece também nos topos de gama, com o Pixel Pro a custar cerca de 900 euros.
Os novos telefones trazem o processador Tensor da Google que, segundo a empresa, traz funcionalidades de Inteligência Artificial (IA) e aprendizagem de máquina. Ambos os modelos trazem uma barra horizontal na parte de cima na traseira onde estão as lentes e sensores das câmaras. Lente principal de 50 MP e ultrawide de 12 MP estão presentes nos dois equipamentos, com o modelo Pro a ter outra câmara adicional de 48 MP, com zoom ótico. Outras diferenças no Pro são a maior memória, ecrã com resolução superior (1440×3120 pixéis contra 1080×2400) e taxa de atualização de 120 Hz.
Um dos pontos fortes, como visto, é a capacidade de lidar com fotografia: “com esta nova plataforma, com a Tensor, desenhamos literalmente a plataforma para ser capaz de suportar a tecnologia mais avançada que temos em todos os aspetos da IA”. Uma das novidades é a capacidade de o sistema reconhecer elementos estranhos ao motivo fotografado, como postes de alta tensão ou transeuntes, e os eliminar automaticamente. O utilizador pode também escolher remover esses elementos manualmente, caso assim o pretenda. Outra novidade é a capacidade de ‘refocar’ os rostos. Nesses casos, com o objeto em movimento, o telemóvel capta imagens nas várias câmaras disponíveis na traseira e, com IA, tenta reconstruir como deve ser o rosto do fotografado. Osterloh confirmou que muitas destas novidades vão ser exclusivos dos telefones Pixel e que algumas poderão chegar a outros aparelhos Android, noticia o The Guardian.
Os processadores Tensor prometem um aumento de 80% na velocidade de desempenho do telemóvel face ao Pixel 5 e uma gestão de energia mais eficiente. Outra vantagem realçada é que o telefone consegue realizar mais tarefas sem ter de estar ligado à Internet, como a transcrição de comandos de voz, por exemplo. No entanto, fica o alerta de Osterloh: “Para ser realmente útil, temos de assumir que estamos ligados à Cloud (…) o reconhecimento de discurso vai acontecer no dispositivo, bem como a dicção de comandos”. No entanto, quando o utilizador pretender saber os resultados desportivos ou a meteorologia, essa informação terá de vir da ligação à Internet.
Os Pixel 6 e 6 Pro chegam ao mercado a 28 de outubro, com preços desde os 599 dólares.