O conflito entre executivos de topo da Apple começou no final de 2018: Jony Ive, então diretor de design, era contra a abordagem que a equipa de engenharia de realidade aumentada (RA) e realidade virtual (RV) queria seguir relativamente a um novo produto. Essa equipa, liderada por Mike Rockwell, estava a criar dois novos gadgets: um conhecido por N301, que junta RA e RV; e outro, conhecido por N421, apenas de RA. Foi o N301 o motivo da discórdia e que obrigou a tecnológica a redesenhar o dispositivo.
A ideia original de Mike Rockwell passava por criar um dispositivo de realidade mista tão poderoso graficamente que necessitaria de uma estação de processamento separada dos óculos – uma espécie de mini-computador que comunicaria com os óculos através de uma ligação sem fios. Mas esta abordagem mereceu a reprovação de Jony Ive.
O icónico designer da Apple, que entretanto já abandonou a empresa, defendia uma abordagem mais conservadora – era preferível que o gadget fosse menos potente, mas que todos os componentes estivessem integrados diretamente nos óculos. Mike Rockwell opunha-se, pois a estratégia de ter um periférico em separado permitiria à Apple entregar, segundo a reportagem da Bloomberg, experiências virtuais altamente imersivas.
O timoneiro da marca da maçã, Tim Cook, acabou por decidir a favor da posição de Jony Ive, o que obrigou a equipa de engenharia a resenhar o projeto. De acordo com a informação agora avançada, e que corrobora notícias passadas, o anúncio destes equipamentos deverá ser feito em 2021, com a chegada ao mercado a estar prevista para 2022.
Os óculos N301, que atualmente são semelhantes aos Oculus Quest da Facebook, vão ter uma loja própria de aplicações e vão estar acima de tudo focados em videojogos e conteúdos multimédia.