A Sony anunciou oficialmente nesta terça-feira a ZV-1, a nova câmara compacta da marca e que está a ser posicionada como um dispositivo que tem como público-alvo os criadores e aspirantes a criadores de conteúdos digitais. O novo modelo custa 800 euros e começa a ser vendido no mercado português durante o mês de junho. A Exame Informática teve acesso em primeira mão ao novo ‘maquinão’ da Sony – não se deixe enganar pelo tamanho – e revelamos aqui aquelas que são as nossas primeiras impressões.
Em termos de características, a Sony ZV-1 é muito semelhante à compacta topo de gama RX100 V, anunciada em 2016 [já existe o modelo RX100 VII, lançado em 2019 e testado na EI 296]. Está equipada com um sensor CMOS Exmor RS (tipo-1) de 20,1 megapíxeis, tem uma lente com distância focal de 24-70 milímetros, uma abertura que varia entre F/1.8 e F/2.8 e garante um zoom ótico de 2,7x. A nova câmara da Sony é ainda capaz de reconhecer 315 pontos de focagem e demora apenas 0,03 segundos a ‘fixar’ um elemento. Já no que diz respeito à capacidade de disparo, consegue chegar aos 24 disparos por segundo. Em termos de vídeo, suporta gravações em Ultra HD até 30 frames por segundo (fps) e também tem modos de captação em super câmara lenta que chegam aos 960 fps em Full HD, de acordo com a informação oficial da marca. O ecrã, de 3 polegadas e sensível ao toque, é articulado, e existe também uma entrada dedicada para microfone. Não tem visor eletrónico nem flash integrado.
O primeiro contacto com a ZV-1 permitiu perceber que os pontos fortes da câmara são, sem sombra de dúvida, o vídeo e o sistema de focagem, daí que seja posicionada como uma solução ‘chave na mão’ para youtubers e instagrammers. Tanto nas gravações 4K e Full HD temos imagens de grande nitidez, fluídas e com uma boa representação de cores. O que surpreende mesmo é a rapidez e a precisão do sistema de focagem, que permite facilmente colocar um objeto em destaque em primeiro plano e com um desfoque muito suave em segundo plano num abrir e fechar de olhos.
Além disso, a câmara tem ainda focagem contínua (para seguir um determinado objeto em movimento) e focagem por reconhecimento de olho (direito e esquerdo), sendo que este último é ideal para quem quer gravar vlogues na primeira pessoa, garantindo que o sujeito da filmagem está sempre focado. Quer ficar mais bonito? A Sony ZV-1 também permite aplicar uma ‘suavização’ ao tom de pele, eliminando a necessidade de grandes retoques de pós-edição.
Existem ainda alguns ‘extras’ nesta câmara que reforçam a componente de vídeo, como o microfone triplo localizado na parte superior da câmara e que garante um som cristalino sem necessidade de um microfone externo (mas que suporta). Além disso, na caixa vem uma cobertura para diminuir o ruído provocado pelo vento em gravações fora de portas, uma adição muito bem-vinda. Acrescente-se a isto o satisfatório sistema de estabilização (SteadyCam) integrado de origem e também é possível obter gravações com alguma estabilidade e e sem necessidade de um gimbal.
Ah, já lhe dissemos que também fotografa? Pode ver exemplos de alguns disparos conseguidos com a Sony ZV-1 na galeria em cima [as imagens foram redimensionadas].
Se pensarmos que além de dispensar acessórios para se fazer um vídeo de qualidade, esta câmara cabe no bolso de um casaco ou numa pequena mochila sem fazer ‘mossa’ a nível de peso, pode facilmente transportá-la consigo para qualquer lado. Mas atenção à autonomia… e não só.
Apesar dos pontos positivos notórios que um primeiro contacto com a Sony ZV-1 permite identificar de forma rápida, uma utilização mais prolongada também revela alguns pontos negativos que, não sendo críticos na experiência global da câmara, são ainda assim importantes para quem vai fazer um investimento na ordem dos 800 euros. Na edição 300 da Exame Informática, que chega nesta semana às bancas, dizemos-lhe quais são e revelamos o nosso veredito final sobre a Sony ZV-1.