Os números da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram a escala do problema: o Covid-19 já infetou quase 89 mil pessoas em 65 países e provocou a morte a 3043 pessoas – além de estar a afetar a produção mundial de gadgets. É por isso que investigadores do projeto Folding@Home (FAH) da Universidade de Standford, nos EUA, querem parte da capacidade de processamento do seu computador.
Com uma equipa no centro de investigação Memorial Sloan Kettering, o objetivo é usar este poder de processamento distribuído, mas combinado, para potencialmente descobrir uma medicação que ajude na luta contra o novo coronavírus.
Os utilizadores só precisam de descarregar o programa da Folding@Home – disponível aqui – para doar parte do poder de processamento do seu computador. O utilizador pode continuar na mesma a usar o computador como o faria caso não estivesse a contribuir para o projeto, já que só uma pequena parte dos recursos do computador é usada.
A ideia é tirar partido da escala que o projeto poderá atingir – quantos mais computadores se juntarem à iniciativa, maior será a capacidade de processamento de informação da equipa da Universidade de Standford.
“Os dados que nos ajudares a gerar vão ser rapida e abertamente disseminados como parte de uma colaboração científica aberta de múltiplos laboratórios em todo o mundo, dando aos investigadores novas ferramentas que podem desbloquear novas oportunidades no desenvolvimento de medicamentos que salvam vidas”, lê-se no pedido de contribuição feita pelo Folding@Home.
Mais concretamente, os investigadores querem conhecer e perceber melhorar a estrutura física que permite ao Covid-19 ligar-se aos pulmões dos humanos (recetor ACE2). Assim que perceberem a forma e os moldes no qual este processo acontece, será possível desenvolver medicação para a criação de anticorpos que bloqueiem a ligação do novo coronavírus aos pulmões, evitando assim o aparecimento de uma infeção pulmonar.
O grande desafio é que a proteína que é responsável pela ligação do Covid-19 aos pulmões pode assumir diferentes ‘aspetos’ e os investigadores precisam de um grande poder de computação para analisarem toda esta informação. “Podemos construir modelos computacionais para atingir este objetivo, mas exige muito poder de computação”, explicam na página do projeto.
“É aqui que entras! Com muitos computadores a trabalharem para o mesmo objetivo, queremos desenvolver um medicamento terapêutico tão rápido quanto possível”, lê-se ainda.
De recordar que o projeto Folding@Home não foi criado especificamente para a luta contra o Covid-19: este mecanismo de agregação de poder computacional distribuído também é aplicado para a investigação de terapias contra o cancro e a doença de Alzheimer.