Um novo modelo de Inteligência Artificial capaz de detetar pedaços de tumores cerebrais que possam ter passado despercebidos a cirurgiões na altura da remoção é o avanço mais recente conseguido pela IA no domínio da saúde. Uma equipa de investigadores das universidades do Michigan e de São Francisco desenvolveu o FastGlioma, uma “tecnologia [que] trabalha de forma mais rápida e mais precisa do que o standard atual dos métodos de deteção de tumores e pode ser generalizada para outros diagnósticos de tumores em crianças e adultos”, conta Todd Hollon, neurocirurgião e um dos autores deste trabalho.
A solução adequa-se a situações de remoção de tumores, onde nem sempre é possível distinguir tecido cerebral saudável de tecido que tenha tumores. Assim, a possibilidade de permanecer tecido maligno mesmo após a remoção é real e pode conduzir a complicações como tonturas, infeções, dores de cabeça, deterioração cognitiva e disfunção motora, avança o website o New Atlas.
O FastGlioma só precisa de poder de computação e o modelo de código aberto para fazer a deteção, recorrendo a modelos fundacionais para aprender padrões, perceber linguagem e classificar imagens. A solução foi treinada com mais de 11 mil espécimes cirúrgicos e quatro milhões de campos de visão microscópica, recorrendo também a imagens de alta resolução. Com imagens de elevada resolução, o sistema foi capaz de detetar tumores em 100 segundos, com uma precisão de 92% e com imagens de resoluções inferiores conseguiu deteções em apenas dez segundos e uma precisão de 90%. A rapidez na deteção permite aos cirurgiões atuar mais rapidamente.
Aditya S. Pandey, co-autor do estudo, conta que “em estudos futuros, vamos focar-nos em aplicar o FastGlioma a outros cancros, incluindo do pulmão, próstata, peito, cabeça e pescoço”.