Uma equipa de investigadores de Hong Kong demonstrou com sucesso uma nova tipologia de cerâmica com propriedades prometedoras: assegura temperaturas baixas dentro de edifícios e a capacidade para refletir 99,6% da luz solar. O material resiste ainda com sucesso às condições meteorológicas como vento ou chuva e a sua produção em escala é possível, sem grande dificuldade.
A equipa sugere que, em locais onde faça muito calor, os edifícios possam ser revestidos com este tipo de material e, dessa forma, os utilizadores consigam ter uma temperatura agradável no interior, sem ter de ligar o ar condicionado e sem o consequente uso de energia.
A abordagem não é nova e nos últimos anos já foram desenvolvidas tintas ultra-brancas com capacidade de reflexão acima de 95%, mas que têm a desvantagem de não durar muito tempo. Esta equipa propõe o uso de um material cerâmico, mais durável e que consegue ser refletivo graças à sua nanoestrutura que dispersa quase todo o espetro de luz solar: 99,6% de luz e 96,5% de emissão termal de infravermelhos, noticia o New Atlas.
Além de resistir a condições meteorológicas adversas, o material consegue resistir à degradação por exposição a luz ultravioleta, apresenta um nível aumentado de evaporação de água da superfície e também suporta temperaturas até aos 1000 graus centígrados.
“As nossas experiências mostram-nos que aplicar este revestimento de cerâmica no telhado de uma casa resulta em mais de 20% de [redução do consumo] de eletricidade para arrefecimento do local, o que confirma o grande potencial dos revestimentos cerâmicos em substituir as estratégias ativas de arrefecimento e constitui uma solução sustentável para evitar sobrecargas da infraestrutura elétrica, emissões de gases de estufa e criação de ilhas de calor urbano”, afirma o professor Edwin Tso Chi-yan, um dos coautores do trabalho.
Leia o estudo completo na revista Science.