Uma equipa da colaboração ALPHA (de Antihydrogen Laser Physics Apparatus) dentro do CERN observou uma grande quantidade de átomos de antimatéria a cair na vertical dentro de uma máquina, o que indicia que as partículas são atraídas pela gravidade da Terra. Este estudo desconstrói teorias que sugeriam a existência de uma ‘antigravidade’ e outras formas de levitação.
O Vice explica que os átomos de antimatéria são compostos por partículas subatómicas que têm cargas opostas às dos átomos regulares, com eletrões de carga positiva e protões de carga negativa. Quando se registam colisões entre matéria e antimatéria, aniquilam-se respetivamente, com microexplosões catastróficas que podem ser detetadas com equipamentos extremamente precisos.
A demonstração feita agora no CERN permite também obter as primeiras medições diretas que comprovam a teoria geral da relatividade de Einstein, formulada há mais de um século, mas que exigia laboratórios sofisticados para ser provada. A equipa que executou a experiência ALPHA-g conseguiu bater outras equipas dentro do CERN e anunciar que “o movimento da antimatéria no campo gravitacional da Terra finalmente pôde ser experimentado de forma sólida e promissora”, num avanço que “cimenta o caminho para os estudos de precisão na magnitude da aceleração gravitacional entre anti-átomos e a Terra para testar o WEP (de weak equivalence principle).
“Tudo o que se sabia até agora sobre gravidade e antimatéria foi especulação. É baseado em algum modelo e alguns cálculos baseados em alguma teoria. É uma parte importante da Física, mas só sabemos algo quando o observamos de verdade”, conta Jeffrey Hangst, físico e porta-voz desta colaboração.
A experimentação devia já ter acontecido há algum tempo, mas devido à pandemia teve de ser adiada. Agora, executada em 2022, os resultados são divulgados publicamente e “abrimos uma nova via de investigação e de experimentação”. As novas experiências sobre medições mais precisas de como a antimatéria está sujeita a gravidade devem acontecer em 2024.