Em Física, uma anomalia é uma oportunidade, uma brecha para a descoberta de algo novo. Estas anomalias podem acontecer quando o que está previsto pela teoria não coincide com os resultados experimentais. Dilemas que, invariavelmente, levam ao desenvolvimento de novas tecnologias e ao aperfeiçoamento da teoria.
Até ao século passado, dois tipos de forças serviam para descrever todas as interações conhecidas no universo: a gravidade, que nos mantém agarrados aos chão e estrelas e planetas a rodar na sua órbita, sem colapsar uns contra os outros; e o eletromagnetismo, que nos dá a eletricidade e os ímanes do frigorífico. Ao longo do século XX experiências com os grandes aceleradores de partículas, como o CERN, na fronteira franco-suíça, e o Fermilab, nos EUA, encontraram mais dois tipos de forças. São elas a força forte, que mantém a ordem dentro dos núcleos dos átomos, e a fraca, responsável pela radioatividade. A origem destas forças (exceto a gravidade) e o comportamento das partículas fundamentais que constituem toda a matéria são descritos por uma teoria denominada Modelo Padrão. Que mesmo assim ainda não explica tudo o que observamos. A começar pela matéria e a energia escura, em abundância por este universo fora e que ninguém ainda descobriu bem do que se trata.