Uma equipa de cientistas de várias academias, incluindo a Universidade de Lisboa, analisou dados de todo o mundo dos últimos 60 anos e de diversas espécies de plantas e animais e concluiu que os peixes grandes estão a ficar cada vez menores e a ser substituídos por peixes mais pequenos.
“Em alguns locais, por exemplo, têm sido observados indivíduos cada vez menores de raias espinhosas, enquanto espécies com um corpo menor, como por exemplo a cavala, estão a aumentar em abundância. Seja pelas preferências alimentares dos seres humanos, ou por causa do aquecimento dos seus habitats, os peixes grandes simplesmente não conseguem descanso”, conta Inês S. Martins, primeira autora do estudo, investigadora na Universidade de York e antiga aluna da Ciências ULisboa.
Noutras espécies, estão a ocorrer alterações mais complexas e variadas. “Achamos que estes resultados sugerem que, quando os grandes organismos desaparecem, outros tentam ocupar o seu lugar e utilizar os recursos que se tornam disponíveis”, explica Maria Dornelas, coordenadora do estudo e investigadora da Ciências ULisboa.
O estudo observou também a substituição de alguns organismos grandes por muitos pequenos, mantendo constante a biomassa total, o que apoia a ideia de que os ecossistemas tendem a compensar as mudanças, mantendo a biomassa global das espécies estudadas num determinado habitat estável. Esta estabilidade é atribuída a um compromisso entre reduções no tamanho corporal e aumentos simultâneos na abundância entre organismos.
“Este estudo destaca a importância de considerar as mudanças nas características das espécies, se quisermos compreender os efeitos das alterações ambientais e da influência humana na biodiversidade a nível global”, realça Franziska Schrodt, outra coordenadora do estudo.
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