Cientistas do Departamento de Ciências Materiais e Metalurgia da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, inspiraram-se nas sinapses do cérebro humano para criar um design inovador para memórias de computador, baixando o requisito de energia e aumentando o desempenho face aos modelos atuais.
Segundo Markus Hellenbrand, que assina o estudo, alguns dos desafios das memórias atuais passam pela necessidade de ter dados a passar entre memórias separadas e diferentes unidades de processamento, o que eleva o consumo energético e dificulta a meta global humana de reduzir as emissões de carbono.
A solução proposta pelos cientistas passa por memórias que, ao contrário das atuais que representam apenas uns e zeros, conseguem representar um espetro variado de estados. Desta forma, é possível criar memórias com maior densidade, mais desempenho e consumos energéticos significativamente mais baixos, sublinha a publicação Interesting Engineering.
Numa simples pen USB, com esta abordagem, é possível guardar entre dez e cem vezes mais informações do que com as pens atuais. Com o crescimento exponencial da Inteligência Artificial, dos algoritmos e da utilização da Internet, é natural que venham a ser necessárias mais capacidade de armazenamento, pelo que este avanço será certamente útil.
O avanço é possível devido à utilização de materiais isolantes em combinação com bário, o que dá origem a novas estruturas que servem de pontes que permitem a passagem dos eletrões e, nos pontos onde contactam com o aparelho, são criadas barreiras de energia ajustáveis, que influenciam a resistência elétrica do material compósito e permitem a existência de múltiplos estados.
A equipa já avançou com o registo de patente desta solução e está a colaborar agora com os parceiros da indústria para realizar estudos alargados de viabilidade.