A Agência Espacial Europeia (ESA no acrónimo em inglês) confirmou no final de fevereiro que várias organizações estão a trabalhar em conjunto para encontrarem a melhor forma para manter um registo da passagem do tempo na Lua e definir uma referência temporal comum – ou seja, dar à Lua o seu próprio fuso horário. A ideia surgiu numa reunião nos Países Baixos, no final do ano passado, e “está a ser lançado um esforço conjunto internacional para alcançar isso”, afirma Pietro Giordano, engenheiro de sistemas de navegação na ESA.
Até agora, explica a agência Associated Press, as missões na Lua são coordenadas de acordo com as horas do país que estiver a realizar a missão de explorão no satélite natural. A aceitação internacional de um fuso horário lunar poderá facilitar os trabalhos para todos os envolvidos, especialmente numa altura em a ‘corrida à Lua’ está a acelerar, com o intuito de voltar a colocar astronautas na órbita e em solo lunar, inclusive por parte de organizações do setor privado.
No caso da Estação Espacial Internacional, esta não tem o seu próprio fuso horário, mas é gerida com base no UTC, o Tempo Universal Coordenado, um fuso horário baseado meticulosamente em relógios atómicos, o que ajuda a distinguir entre os fusos horários de EUA, Canadá, Rússia, Japão e os vários países da Europa que também participam na missão.
Na Lua, os relógios movem-se mais rápido e por dia ganham cerca de 56 microssegundos (depende da posição do astronauta no satélite) a mais quando comparado com um dia na Terra. Bernard Hufenbach, da ESA, espera que “ao estabelecer um sistema temporal que funcione na Lua, podemos fazer o mesmo para outros destinos planetários”.