Em 2019 foram geradas 53,6 milhões de toneladas de lixo eletrónico, um número que tem tendência para crescer. Uma equipa da Universidade Johannes Kepler, em Linz, Áustria, sugere uma nova abordagem para combater este fenómeno, enquanto responde também às necessidades de fornecer mais gadgets e wearables ao mundo. Os investigadores criaram um tipo de eletrónica biodegradável chamado MycelioTronics e que assenta em componentes biodegradáveis.
Atualmente, a maior parte dos circuitos eletrónicos dentro dos chips de computador são feitos de metal condutor sobre um material substrato desenhado para os isolar e manter arrefecidos. Estes substratos são geralmente feitos de plástico ou outro componente não reciclável e acabam em aterros. A proposta dos cientistas austríacos passa por usar “peles” de cogumelos como material biodegradável e que serve de substrato. Este material possui uma grande estabilidade termal, pode assumir uma forma flexível onde se pode soldar componentes eletrónicos e resiste a até 2000 ciclos de dobragem, explica o The Next Web.
Outra vantagem deste material passa pela possibilidade de o usar para baterias de baixa carga, como as que são necessárias para alimentar sensores de proximidade, de humidade ou Bluetooth, conduzindo a aparelhos mais sustentáveis. Os separadores baseados em cogumelos oferecem uma alternativa ecológica às tradicionais escolhas usadas nas baterias de iões de lítio, que são mais caras e mais difíceis de reciclar.
O trabalho de investigação conta com fundos do ERC Starting Grant e da Agência de Promoção da Investigação austríaca. O objetivo é ajudar agora outras iniciativas, startups ou equipas académicas, a usar esta tecnologia para criar os seus aparelhos e soluções.
Conheça melhor o trabalho no relatório publicado no Science Advances.