Um grupo de investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA, revela ter conseguido ferver, num laboratório ajustado às suas necessidades, água de uma forma mais eficiente do que os métodos tradicionais. A novidade da equipa permite que o processo de fervura seja mais rápido e mais eficiente, consumindo menos energia.
A equipa conseguiu melhorar, em simultâneo, dois parâmetros necessários ao processo de fervura: o HTC (sigla inglesa para coeficiente de transferência térmica ou de calor) e o CHF (de fluxo crítico de calor). A descoberta é significativa pois, até aqui, estes parâmetros funcionavam de forma inversa, ou seja, se aumentássemos um, o outro diminuiria. Esta equipa conseguiu fazer os dois melhorar ao mesmo tempo. “Se temos muitas borbulhas na superfície que está a ferver, significa que a ebulição está a ser eficiente, mas se tivermos demasiadas borbulhas, podem coalescer juntas, o que pode formar uma camada de vapor na superfície, introduzindo resistência à transferência de calor”, explica Youngsup Song, um dos autores, citado pela publicação Interesting Engineering.
O trabalho da equipa passou por aplicar micro cavidades ou ranhuras na superfície aquecida, de forma a controlar as borbulhas e onde apareceriam. As cavidades ‘prendem’ as borbulhas, impedindo-as de passear livremente pela água e aumentam a eficiência do processo. “Estas micro cavidades definem a posição onde as borbulhas aparecem. Ao separá-las dois milímetros, pudemos separar as borbulhas e minimizar a coalescência”.
A descoberta pode ter implicações importantes em diversos setores da indústria, conduzindo a ganhos de eficiência, energéticos e financeiros. No entanto, para já, apenas foi possível colocar este processo em prática em condições otimizadas de laboratório. O próximo passo passa por perceber como se poderá trabalhar estes conceitos em ambientes e estruturas mais alargadas.