Um grupo de cientistas, composto por investigadores da Universidade de Birmingham e da Universidade de Edimburgo, ambas no Reino Unido, descobriu um fóssil de um embrião de dinossauro, com pelo menos 66 milhões de anos, que na altura se preparava para eclodir do ovo, tal como uma ave.
Descoberto na região de Ganzhou, no sul da China, o fóssil – apelidado pelos investigadores de “Baby Yingliang” – pertencia a um dinossauro terópode sem dentes, um oviraptorossauro. A cabeça deste estava debaixo do corpo, os pés em cada um dos lados e as costas curvadas, uma postura semelhante à dos pássaros, que controlam este comportamento através do sistema nervoso central e colocam a cabeça sob a asa direita para estabilizá-la enquanto partem a casca do ovo com o bico.
Fion Waisum Ma, investigador da Universidade de Birmingham e coautor de um artigo da revista iScience, disse, citado pelo jornal The Guardian, que a posição do embrião de dinossauro “indica que tal comportamento nas aves modernas evoluiu e surgiu primeiro entre os dinossauros seus antecessores”.
O ‘bebé’ Yingliang media cerca de 27 centímetros e estava dentro de um ovo de 17 centímetros, que agora se encontra no Museu de História Natural de Yingliang. Os investigadores acreditam que tenha entre 66 e 72 milhões de anos e que foi preservado por um deslizamento de terra, que enterrou o ovo e o protegeu de necrófagos – animais que se alimentam de outros animais mortos ou em decomposição. Além disso, afirmam que, se este tivesse crescido até à idade adulta, iria medir entre dois e três metros e que se iria alimentar de plantas.
Esta espécie de ovo faz parte das espécies que os investigadores acreditam que podem conter dinossauros não nascidos e, por isso, os cientistas rasparam a sua casca para o descobrir. Agora, a equipa quer estudar o embrião de dinossauro com mais detalhe, usando técnicas avançadas de digitalização para obter imagens do esqueleto completo, incluindo os ossos do crânio.
Os oviraptossauros, cuja designação significa “lagartos ladrões de ovos”, eram dinossauros com penas, bicos de diferentes formatos e dietas variáveis. Viveram na região que corresponde, atualmente, à Ásia e à América do Norte durante o período do Cretáceo Superior, e a sua altura variava de região para região, podendo ser do tamanho de um peru ou de um Gigantoraptor – uma espécie de dinossauro que atingia os oito metros de comprimento.