Com o aquecimento dos oceanos e o aumento da poluição, os sistemas de coral estão a desaparecer a um ritmo cada vez mais acelerado. Na evolução natural, a deposição de matérias nas estruturas de apoio ao coral acontece apenas a uma taxa de alguns milímetros por ano, o que não permite a restauração para os níveis desejados. E é aqui que entra a tecnologia, com Charlotte Hauser e uma equipa de investigadores da Universidade King Abdullah, da Arábia Saudita, a anunciar estar a usar impressoras 3D para acelerar este processo.
“Os microfragmentos de coral crescem mais rapidamente nas superfícies de carbonato que imprimimos ou moldamos porque não precisam de construir uma estrutura por baixo”, afirma Hamed Albalawi, um dos autores, citado pela EurekaAlert. Esta equipa pretende otimizar a tecnologia para criar a estrutura de que o coral necessita para se desenvolver depois naturalmente, dando-lhe um ‘empurrão’ de avanço.
Apesar de o conceito não ser propriamente inovador, o uso de impressoras 3D aliado a um material mais amigo do ambiente, sustentável e híbrido é o que faz agora a diferença. Testes em aquários mostram que esta tinta CCP (de carbonate photo-initiated) criada pelos investigadores não é tóxica, embora se prefira aguardar por testes de longa duração.
O método 3D CoraPrint, solução agora proposta, passa pela incorporação de dois diferentes métodos de impressão 3D, primeiro com o modelo a ser impresso e usado para dar origem a um molde em silicone, que depois é cheio com tinta CCP; o segundo método pressupõe a impressão da estrutura de suporte diretamente com a tinta CCP. A abordagem aqui passa por colocar microfragmentos de coral já nestas estruturas para desencadearem o seu processo natural de formação, não se esperando de forma passiva pelo processo natural.