O professor Vitaly Vanchurin publicou o estudo O Mundo como uma rede neuronal no Arxiv no ano passado e avança com uma teoria impressionante, baseando-se numa ideia nuclear simples: todos os fenómenos observáveis no universo podem ser modelados por uma rede neuronal e, por extensão, todo o universo pode muito bem ser uma rede destas.
O físico discute “a possibilidade de todo o universo ser, no seu nível mais fundamental, uma rede neuronal. Identificamos dois tipos de níveis dinâmicos de liberdades: variáveis ‘treináveis’ e variáveis ‘escondidas’”. O cientista pretende explicar e afastar a separação entre a Física Quântica e a Física Clássica. A primeira é útil para explicar o que se passa no universo a uma escala muito pequena, como, por exemplo, ao nível do fotão individual. Já para observações maiores, recorre-se a explicações da Física Clássica, lembra o The Next Web. A proposta de Vanchurin é ter uma teoria unificada que explique a natureza do universo de uma forma unificada, tentando reconciliar as explicações atuais de “muitos mundos” e “variáveis escondidas”.
“Isto é uma afirmação muito corajosa. Estamos a afirmar que as redes neuronais artificiais podem ser usadas não só para analisar sistemas físicos ou para descobrir novas leis da Física, estamos a dizer que esta é a forma como o mundo à nossa volta funciona. A este respeito, pode ser considerado que esta é uma proposta para uma Teoria de Tudo e, como tal, pode ser fácil de provar que está errada. Tudo o que é necessário é encontrar um fenómeno físico que não possa ser descrito pelas redes neuronais. Infelizmente (ou felizmente) é mais fácil dizê-lo do que fazê-lo”, escreve o cientista.
O trabalho de investigação deve agora ser avaliado pelos seus pares e levar, previsivelmente, a maiores discussões na comunidade científica.