Em 2008, o Sudão ‘recebeu’ um conjunto de 600 fragmentos de asteroides, quando a rocha espacial 2008 TC3 explodiu. A colisão tinha sido antecipada de forma precisa pelos cientistas, que puderam recolher um vasto conjunto de rochas espaciais quando elas chegaram à Terra. Agora, uma equipa de investigadores conclui que um destes fragmentos teve origem num planeta anão desconhecido até agora e que já terá sido destruído.
A geóloga planetária Vicky Hamilton liderou a equipa numa nova ronda de análises, que incidiu sobre uma amostra de 50 miligramas. O conjunto AhS 202 foi polido e visto à luz de microscópios infravermelhos e revelou a presença de um cristal hidratado extremamente raro que não deveria fazer parte do 2008 TC3 e que não existe noutros meteoritos semelhantes. Os investigadores chegam à conclusão de que este fragmento só pode ter tido origem num planeta anão do tamanho de Ceres, que tem cerca de 940 quilómetros de diâmetro, noticia a Reuters.
Em teoria, sabendo-se que a comunidade não perdeu o rasto de qualquer planeta desta dimensão no Sistema Solar interior, tudo indica que o planeta anão já terá desaparecido, provavelmente colapsado há algum tempo.
Os cientistas aventam ainda a hipótese de a coleção de fragmentos, conhecida por Almahata Sitta, poder conter vestígios de outros planetas semelhantes e que possam também já ter desaparecido, podendo dar pistas sobre algumas fases não conhecidas da história geológica do Sistema Solar, o conjunto de corpos celestes que gravitam em torno do Sol e do qual a Terra faz parte.