A ClearSpace-1 está prevista para 2025 e é a primeira missão especificamente desenvolvida para remoção de detritos no espaço. A Agência Espacial Europeia (ESA) quer usar algoritmos de Inteligência Artificial (IA) neste trabalho e vai recorrer a uma solução que está a ser trabalhada pela startup suíça ClearSpace. A missão tem um orçamento de mais de cem milhões de euros.
A comunidade científica estima que existam cerca de 130 milhões de pedaços de detritos a orbitar em torno da Terra e 34 mil desses medem mais de dez centímetros, movendo-se a velocidades dez vezes superiores às de uma bala. Em caso de colisão com uma nave espacial, podem mesmo colocar em risco as missões de exploração e, com o aumento do volume destes detritos, aumentam as probabilidades de um incidente destes. Recorde-se que, em setembro, a Estação Espacial Internacional teve de fazer uma manobra de emergência para se desviar da rota de um destes pedaços.
A ClearSpace-1 vai usar uma câmara controlada por um sistema de IA para detetar os vestígios e um braço robótico para os recolher e depois destruir, explica o The Next Web.
A missão deve chegar ao espaço em 2025 e incidir sobre a Vespa Upper Part, um adaptador de carga que fez parte de um foguetão da Agência Vega e que não é visto há alguns anos. Este adaptador pesava cem quilos e está a orbitar a 660 quilómetros de altitude.
A equipa vai usar imagens sintetizadas para treinar o modelo e, quando a missão arrancar, capturar imagens reais para afinar o sistema. Os algoritmos vão estar preparados para lidar com incertezas, mas os investigadores da ClearSpace querem dotá-los logo à partida de estimativas adequadas para se conseguirem cumprir a missão sem exigir demasiado poder computacional.
Caso a iniciativa seja bem sucedida, o projeto pode abrir caminho a futuras missões com objetivos semelhantes.