Na semana passada, a sonda OSIRIS-REx aproximou-se da superfície do asteroide Bennu e procedeu à recolha de amostras. Durante o fim de semana, a equipa de coordenadores na Terra desencadeou uma série de manobras, incluindo rodopiar a câmara de armazenamento e o braço, para aferir exatamente a quantidade de material recolhido, esperando ter conseguido os 60 gramas inicialmente planeados. Afinal, sabe-se agora que a operação resultou na recolha de quase dois quilos de rocha, poeiras e detritos, o que fez com que a tampa do depósito não tenha fechado corretamente e que algum material se tenha perdido no Espaço.
“Há tanto material que a amostra está a escapar-se”, descreveu Thomas Zurbuchen, administrador da NASA, logo na sexta-feira, 23 de outubro. As câmaras a bordo já mostravam a existência de demasiado material e que “uma quantidade substancial está a flutuar para fora”, revelou Dante Lauretta, que coordena o projeto. Estas câmaras permitem ver pelo menos 400 gramas de amostras, mas os investigadores estimam que chegue mesmo aos dois quilos, com alguns pedaços de até três centímetros a impedirem o fecho correto da tampa do depósito. Durante a operação de recolha de seis segundos, na semana passada, a sonda terá colocado o braço de recolha entre 24 a 48 centímetros de profundidade, o que explica que tenha recolhido demasiado material.
O braço da sonda está agora num modo de ‘estacionamento’, o que faz com que o material não revolva tanto e minimiza as perdas adicionais. O passo seguinte seria a pesagem, que será desnecessário, uma vez que implica agitar a câmara e isso resultaria em mais perdas. A equipa vai avançar agora com o passo de armazenamento do material recolhido e começar a preparar o regresso da sonda para a Terra, estando a sua chegada prevista para o ano de 2023.