Uma equipa dos laboratórios da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa vai começar a trabalhar no desenvolvimento de compostos baseados em glicanos e plasma convalescente com o objetivo de criar uma terapêutica capaz de neutralizar as infeções do vírus SARS-CoV-2, que está na origem da pandemia Covid-19.
“Os testes levarão menos de três meses para serem implementados, e os compostos efetivos poderão ser sugeridos para ensaios clínicos pelo Serviço Nacional de Saúde”, explica Paula Videira, líder do laboratório do Grupo de Glicoimunologia da Universidade Nova de Lisboa, em comunicado.
O projeto, que é conhecido pela designação em inglês “GLYCOVID-19 Testing existing glycan-based drugs to neutralize SARS-CoV-12”, já mereceu o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). A equipa da Universidade Nova de Lisboa vai trabalhar em consórcio com investigadores e profissionais clínicos das empresas CellmAbs, Pharma73, VectorB2B, e IPO-Porto, Hospital de São João e o Centro Hospitalar Universitário do Porto e Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
O comunicado da Universidade Nova de Lisboa revela ainda ter garantido o apoio da FCT para um segundo projeto, que tem em vista o desenvolvimento de um “Ventilador de emergência minimalista por pressão controlada para COVID-19”.
O projeto é liderado por António Grilo, investigador e coordenador do Unidade de Investigação e Desenvolvimento em Engenharia Mecânica e Industrial (UNIDEMI). Em comunicado, António Grilo explica que o futuro ventilador tem como destinatários prioritários os hospitais de campanha e “pacientes do Covid-19 nos cuidados intensivos dos Hospitais do SNS”.
Os dois projetos foram financiados no âmbito de uma iniciativa lançada recentemente pela FCT, que abrangeu 66 soluções de combate à Covid-19, que foram propostas pela comunidade académica e empresarial.