Um novo companheiro de astronautas partiu esta quinta-feira a bordo de um Falcon 9 rumo à Estação Espacial Internacional (ISS). Chama-se Crew Interactive Mobile Companion 2 (CIMON 2), é um robô capaz de detetar emoções e tem como objetivo funcionar como uma ajuda em que as relações entre astronautas poderão sofrer alguma degradação devido aos longos períodos de isolamento.
O CIMON 2 foi desenvolvido em parceria pela IBM, a Airbus e o Centro Aeroespacial Alemão. Como o nome indicia, não é o primeiro robô do género a ser desenvolvido com o propósito de criar um companheiro para astronautas. Em 2018, os astronautas da ISS já puderam interagir com um robô esférico que, além do apoio em diferentes rotinas e experiências científicas, estava apto a manter conversas em inglês. A segunda versão deste robô de 2,5 kg já estará preparada com algoritmos que permitirão detetar emoções a partir da fala dos humanos, bem como explorar as relações sociais com humanos.
A nova faceta social do robô pretende acautelar potenciais situações emocionais que poderão produzir efeitos negativos para o bem-estar dos astronautas. «O principal objetivo é criar um verdadeiro companheiro. As relaões entre um astronauta e o CIMON é realmente importante», explica Matthias Biniok, responsável pelo desenvolvimento do robô, quando entrevistado pela Reuters.
Através das interações sociais, o robô deverá ficar apto a perceber o estado emocional dos interlocutores. Tristeza, alegria, ou raiva poderão ser os estados emocionais que funcionam como principal referência para os estados emocionais individuais – mas o robô não perde de vista as relações entre os diferentes astronautas.
O robô que é assumidamente inspirado em títulos de ficção científica terá especial atenção no que toca ao denominado pensamento de grupo, que pode levar a conflitos ou decisões de efeitos danosos, devido ao facto de as opiniões individuais, mesmo quando justificadas ou mais acertadas, são suprimidas a troco da paz do coletivo. Com a inteligência artificial providenciada pela IBM, o CIMON 2 poderá funcionar como um potencial apoio emocional, que permite estabelecer conversas com quem eventualmente se considera afetado pelos fenómenos de pensamento de grupo.
Matthias Biniok admite que o pensamento de grupo pode ter efeitos negativos para a prossecução das missões na ISS, e aponta a este robô emocional a missão de funcionar como «um forasteiro que tem objetividade e com quem se pode falar quando se está sozinho, ou até pode ajudar o grupo a voltar colaborar».
No vídeo inseido nesta página pode ver a primeira versão do robô CIMON em interação com o astronauta Alexander Gerst.