Alunos de vários mestrados nas áreas de Engenharias, Multimédia e Gestão da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) apresentaram esta sexta-feira apresentarem projetos criados de raiz para empresas nacionais e estrangeiras. À Exame Informática, o Professor Nuno Moutinho, docente na Universidade do Porto, contou que na 22ª edição do evento as equipas vão apresentar 20 projetos tecnológicos inovadores, que foram apresentados durante o LGP Challenge 2019.
«O programa desta unidade curricular prevê que os alunos sejam dividos por equipas e que sejam capazes de montar a sua própria “empresa” passo a passo. Desde o plano de negócio, ao logótipo, ao plano de marketing, são eles os responsáveis por tudo», explicou Nuno Moutinho, sublinhando que «tudo tem de estar completo em três meses», o tempo definido para o semestre.
Cinco empresas vão receber e avaliar as 20 propostas deste ano e testar a sua aplicabilidade fora do meio académico. «O que marca a edição deste ano são os projetos de cariz social. Acompanhamos todos os projetos de perto e, por isso, consideramos que todos têm potencial para serem aplicados», continuou.
Nuno Moutinho, afirmou que nesta edição destacam-se os três projetos de cariz social: Porto Oculto, um projeto que consiste numa app onde podem ser assinalados edifícios em ruínas ou abandonados, que necessitem de requalificação, na área metropolitana do Porto; Steam@Visionarium, uma app cuja função é dar a conhecer várias experiências científicas a crianças feitas no centro de experiências Visionário, de Santa Maria da Feira; e a Responsive Interface For Access to Content, uma aplicação que encoraja utilizadores seniores a terem uma experiência digital e que promove a atividade física e intelectual.
Quando questionado sobre o grau de satisfação das empresas para com os projetos apresentados, Nuno Moutinho disse que «devido ao nível de empenho dos alunos nesta unidade curricular de três meses, são raras as situações em que as empresas sentem que algo tem de ser alterado nos projetos», «desde o primeiro momento que os alunos negoceiam o projeto com os clientes», sublinhando que esta é a fase mais importante do processo.
Referiu ainda que na edição anterior deste evento um dos projetos com maior impacto esteve ligado à prevenção de incêndios. Esta ideia surgiu no âmbito da catástrofe vivida dos fogos florestais de Pedrógão, em 2017. «Este projeto foi de tal forma bem sucedido que recebeu apoio da Câmara Municipal de Pedrógão», contou Nuno Moutinho.
O docente explicou que a taxa de aceitação das empresas tem sido «impressionante, pela forma como todos os projetos têm conseguido captar a atenção dos clientes.» Por essa razão, salvo raras excepções, a intervenção dos docentes nos projetos é muito reduzida, «só no caso de serem precisos alguns reajustes para agilizar o desenvolvimento dos projetos.»
Moutinho concluiu dizendo: «são estes projetos sociais que mais entusiasmam os estudantes e as empresas. Iniciativas desta natureza levam os estudantes a terem uma experiencia real de confronto com o mercado de trabalho (…) esta edição está a ter sucesso no nosso objetivo: criar a ponte entre o mundo empresarial e o espaço académico através da aplicabilidade destes projetos num contexto real.»