A missão principal era lançar um satélite espanhol de baixa órbita, o Paz, que tem por missão captar imagens da Terra. Tudo indica que esta missão teve sucesso. Mas como tem sido habitual, a SpaceX aproveitou uma missão comercial para fazer mais algumas experiências, diminuindo assim o custo de desenvolvimento. À “boleia” do Paz foram os dois primeiros microssatélites da própria SpaceX. Os Microsat-2a e Microsat-2b são os primeiros de uma rede que deverá ultrapassar os 11 mil satélites, que tem por objetivo levar a Internet a praticamente todo o mundo, incluindo regiões onde ainda não há cobertura. Alguns rumores garantem que esta rede de comunicação será utilizada no futuro pela Tesla, outra empresa controlada por Musk, para garantir a comunicação com os carros da marca. Também estes lançamentos terão sido bem-sucedidos.
Mas esta missão tinha ainda um terceiro objetivo: a primeira tentativa de recuperar a cápsula de transporte (o “cone do nariz”) levada pelo Falcon 9, o foguetão usado hoje. Estas cápsulas são descartáveis (depois de realizarem a missão, reentram na atmosfera e caem no mar), mas a SpaceX pretende começar a recuperar estes elementos para baixar o custo das missões espaciais – recorde-se que esta empresa já consegue recuperar os propulsores referentes ao primeiro estágio dos foguetões.
O sistema de recuperação consiste num barco equipado com uma rede gigante para apanhar a cápsula, ou melhor, as duas metades que constituem este cone, cuja queda é retardada e direcionada através de pequenos propulsores e para-quedas. Mas foi o próprio Elon Musk a anunciar, via Twitter, que a recuperação falhou e que duas metades do cone acabaram por aterrar no mar «a algumas centenas de metros» do barco. Mas as primeiras imagens parecem indicar que a cápsula não terá ficado danificada, o que levou Elon Musk a indicar que «deveremos conseguir apanhá-la se usarmos uns para-quedas ligeiramente maiores para desacelerar a descida».