Dois engenheiros e um estagiário da Google explicam que as redes neurais artificiais (ANN, de artificial neural network) também podem sonhar. Estas redes são responsáveis por fazer com que os computadores aprendam e criem desenhos de objetos. Para ensinar o que é um garfo a uma destas redes, os investigadores mostram milhares de imagens de um garfo, em várias posições e cores.
As redes processam as imagens ao mais infímo detalhe, até conseguirem distinguir um garfo de um outro objeto. Estas redes trabalham em camadas e, enquanto umas dedicam-se a apreender pormenores sobre as formas de um objeto, outras focam-se em aprender as cores, por exemplo.
Os responsáveis da Google explicam que o mesmo processo que as máquinas passam para aprender o que é um objeto pode ser usado para que estes computadores desenhem um objeto por si só, sem qualquer interferência humana. Assim, depois de lhes serem mostradas imagens de árvores, por exemplo, foi pedido à máquina que desenhasse uma árvore. Em alguns casos, a máquina desenhou um edifício.
Para completar o processo, os investigadores alimentaram a máquina com a imagem que foi produzida pelo próprio computador e pediram que desenhasse uma nova imagem baseada nessa criação. O processo foi repetido várias vezes, criando um «stream infindável de novas impressões». Quando pediram à máquina para desenhar a partir de ruído branco, a máquina ficou completamente livre, para desenhar o que lhe apetecesse, algo a que os investigadores chamam os “sonhos” da inteligência artificial.
Este princípio poderá ser usado para ajudar a perceber melhor como funciona o processo criativo em geral.