![A imagem do drone capturado que a TV iraniana passou recentemente](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/12/853483A-imagem-do-drone-capturado-que-a-TV-iraniana-passou-recentemente.jpeg)
A imagem do drone capturado que a TV iraniana passou recentemente
Em setembro, o governo iraniano fez saber que já tinha desenvolvido os mecanismos necessários para assumir o comando dos aviões espiões não tripulados, que são conhecidos nos EUA por "drones". Passados três meses, é feita uma segunda revelação numa reportagem publicada pelo The Christian Science Monitor, que tem por protagonista principal um engenheiro iraniano que, sem sair do anonimato, explica como se processou o ataque.
De acordo com a reportagem do The Christian Science Monitor, os militares e engenheiros iranianos aproveitaram os destroços de drones que abatidos durante missões de reconhecimento a centrais nucleares iranianas para saber quais as frequências usadas por estes aviões robotizados.
Estando na posse destas tecnologias, os militares iranianos apenas tiveram de esperar que um drone cruzasse os céus para lançar a emboscada eletrónica. Segundo o relato do engenheiro iraniano, o ataque começou com a injeção de muito ruído nas frequências usadas pelos dispositivos de comunicação do avião não tripulado. Com as vias de comunicação sem fios limitadas, o drone automaticamente enveredou pelo piloto automático.
Numa segunda fase, os engenheiros apenas tiveram de recorrer a um ataque que na Net se celebrizou pelo nome de spoofing e que consiste na substituição de uma mensagem de um emissor legítimo por uma mensagem enviada por um emissor com propósitos maléficos.
E foi com esta técnica de spoofing que os militares iranianos trocaram a localização fornecida pelos satélites GPS por outra que era falsa e que levou o drone a concluir que estava a aterrar numa base aérea que os EUA têm no Afeganistão, quando na realidade estava a aterrar em solo iraniano.
Apesar de bem sucedida, a aterragem do drone não terá sido feita sem percalços: em conferências de imprensa realizadas para mostrar o mais recente feito, o governo iraniano sentiu a necessidade de esconder por detrás de alguns cartazes anti-EUA os danos resultantes da aterragem menos convencional.
O governo dos EUA ainda não reagiu à reportagem e, tendo em conta que na guerra e na espionagem o sigilo é essencial, é pouco provável que alguma vez seja feita uma confirmação oficial.
O que não invalida que o ataque tenha realmente sido bem sucedido. Em declarações ao The CS Monitor, Robert Densmore, um especialista em Eletrónica que trabalhou para a Marinha dos EUA, deixa um comentário elucidativo sobre o taxa de sucesso dos desvios de drones: "Não diria que é fácil, mas a tecnologia está aí e pode ser usada… mesmo num nível de combate sofisticado, o GPS é muito suscetível de ser manipulado".