As baterias de lítio são o tipo de bateria mais comum, podem ser encontradas em quase todos os tipos de dispositivo, desde telemóveis a carros elétricos. Na origem da sua massificação, está a elevada durabilidade destas baterias, capazes de manter a capacidade de carga total mesmo que sejam sempre carregadas parcialmente.
O lítio é também considerado mais "amigo do ambiente" do que as soluções anteriores e permitiu também, aos fabricantes, anular o chamado "efeito de memória" associado à tecnologia de baterias que antecedeu a tecnologia de iões de lítio.
No entanto, através da criação de um novo tipo de ânodo que consegue absorver oito vezes a quantidade de lítio que os existentes atualmente, investigadores do Berkeley Lab encontraram uma forma de melhorar a capacidade total das baterias de lítio.
Gao Liu, da divisão de tecnologias de energia ambiental do Berkeley Lab, afirmou à ZDNet que "a maior parte dos ânodos das baterias de lítio atuais são feitos de grafite, que é um condutor elétrico e expande-se de forma muito modesta quando absorve os iões entre as suas camadas de grafeno. O silicone pode armazenar dez vezes isso – é, de longe, o material com maior capacidade de absorção – o seu volume aumenta até três vezes quando completamente carregado".
No entanto, este "inchar" do silicone quebra os contactos elétricos no ânodo. O que faz com que os cientistas se concentrem na investigação de formas de tornar o uso do silicone possível, mantendo a condutividade do ânodo.
Foi essa a descoberta da equipa do Berkeley Lab. Através de uma combinação de síntese, espectroscopia e simulação, a equipa conseguiu produzir um ânodo capaz de "inchar" até três vezes no seu tamanho e que volta ao volume original durante a descarga, mantendo-se sempre unido aos iões de lítio para que a condutividade nunca seja afetada.
A nova tecnologia, ao contrário da atual, recorre a materiais de baixo custo compatíveis com as tecnologias de produção de baterias de lítio standard.