Pode ir a Tomar pelas mais variadas razões, mas uma coisa é certa: todos os caminhos vão dar ao castelo templário, onde é possível descobrir o Convento de Cristo, uma das mais importantes obras do Renascimento em Portugal. A Charola, o oratório templário, é a parte mais antiga do castelo, tendo sido construída no séc. XII. Foi transformada em Capela-Mor já no séc. XVI, quando D. Manuel I ordenou a sua reconstrução, data em que o conjunto ganhou o esplendor arquitetónico que aijda hoje preserva e que lhe valeu a classificação como Património da Humanidade em 1983.
Ali floresceu a Ordem do Templo e posteriormente a sua “herdeira” Ordem de Cristo. O Convento foi sendo construído e reconstruído sucessivamente durante vários séculos, tendo na Janela do Capítulo, obra-prima do manuelino, o seu ex-libris.
O Rio Nabão
Um dos fatores que não deixa ninguém indiferente ao visitar Tomar é a presença do rio, sereno mas imponente. O Nabão foi desde sempre uma das maiores riquezas locais, fosse como força motriz ou como alimento para os campos férteis, e é-o hoje igualmente para o turismo. Junto ao Mouchão, uma ilha verdejante onde este Verão acontecem espetáculos musicais três vezes por semana, resta a última das rodas que ainda há cerca de um século eram a forma mais comum de retirar água do rio para irrigação das margens.
A Sinagoga
Tomar é feito da miscigenação de várias culturas, e olha cada vez com maior orgulho para o legado da presença das três grandes religiões monoteístas. É o caso do judaísmo, que teve uma comunidade com alguma expressão no século XV, de que é datada a mais bem preservada sinagoga construída de raiz em Portugal. Após o édito de expulsão e as “conversões” forçadas, o edifício teve várias funções, incluindo as de cadeia e de capela católica, mas chegou em muito bom estado aos nossos dias, sendo atualmente o segundo monumento mais visitado do concelho. Obras recentes valorizaram o conjunto e criaram um núcleo interpretativo.
Museu da Levada
Naquele que é hoje o centro da cidade, junto ao rio, desde a época dos Templários (ou talvez ainda antes), existem moinhos e lagares, para cujo aproveitamento da força motriz foi criada uma levada de água. Ao longo dos séculos, acabou por ser implantada ali uma espécie de proto-indústria, que incluiu, no século XIX, uma das primeiras centrais eléctricas do país a abastecerem a cidade de iluminação. Hoje, a Central pode ser visitada, com todo o seu equipamento recuperado. Também um dos mais emblemáticos edifícios industriais de Tomar, a Moagem A Portuguesa, pode ser visitado, com um olhar paralelo aos equipamentos originais e ao trabalho dos artistas e artesãos que por estes dias habitam A Moagem – Fábrica das Artes.
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