A definição mais recente e aceite na comunidade sobre o que constitui um planeta foi estabelecida na década de 1990 e revista no início dos anos 2000, depois de terem sido detetados vários objetos do tamanho de Plutão na cintura de Kuiper. Em 2006, a International Astronomical Union (IAU) convencionou a nova definição de planeta, num texto quase desenhado de propósito para excluir Plutão.
Segundo essa definição, para ser um planeta, o corpo teria de estar em órbita do Sol (excluindo assim todas as luas), ter massa suficiente para ser vagamente redondo (removendo os asteroides) e ter limpado a ‘vizinhança’ em torno da órbita (retirando Plutão e os objetos da cintura de Kuiper).
Este conceito não recolheu consenso junto da comunidade, com muitos cientistas a contestarem o último critério. Philip Metzger, cientista da missão New Horizons, refere que “não é claro o que quiseram dizer com ‘limpar a órbita’. Se o levarmos à letra, não há planetas, porque nenhum planeta limpa a sua órbita”, cita o New Atlas.
Outra limitação é que este conceito é ajustado ao Sistema Solar. Com mais de cinco mil planetas descobertos nos últimos anos em órbita de outras estrelas, é necessário criar uma nova definição. A nova proposta estima que “um planeta é um corpo celestial que: orbite uma ou mais estrelas ou outros vestígios estelares, tenha mais massa do que 1023 kg e que tenha menos massa que 13 planetas Júpiter (2,5 x 1028 kg).
Esta nova definição ajuda a clarificar melhor os critérios que devem ser considerados e ajusta-se melhor ao paradigma do conhecimento atualmente disponível. O limite inferior de peso ajuda porque, com esse peso, a gravidade faz com que o planeta assuma uma forma esférica. No que toca à massa, Plutão vai manter-se fora da lista de ‘planetas’.
A nova proposta de definição vai ser apresentada em Assembleia Geral em agosto e deve ser publicada em breve no Planetary Science Journal.